quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

O presidente da Câmara do Porto não é tonto

Rui Moreira era contra um aeroporto na Ota como é hoje contra um aeroporto em Santarém. Os homens do Norte chamam a Lisboa a “Cidade Estado” mas quando lhes convém querem que tudo funcione melhor e o mais centralizado possível.

 

Uma viagem num avião da TAP do Porto para o Rio de Janeiro em executiva, com escala em Lisboa, ida e volta, fica cerca de 500 euros mais barata do que directamente Lisboa/Rio de Janeiro. Há outros exemplos que demonstram o quanto Portugal ainda é um país estranho a defender empresas privadas com capital público.  Se quisermos viajar para o Brasil a bom preço, comparando com a concorrência que já são as companhias aéreas brasileiras, temos que embarcar no Porto e fazer escala em Lisboa, na ida e na volta. Sei que me estou a repetir mas preciso disso para dar sentido a uma crónica que não parece fazer qualquer sentido em tempo de guerra na Europa e com a inflação em subida galopante. Vivi esta realidade ao tentar comprar uma viagem intercontinental no dia em que se soube que a senhora Alexandra Reis, actual secretária de Estado do Tesouro, recebeu meio milhão de euros de indemnização da TAP por ter resolvido mudar de vida.

Um cidadão comum nunca vai perceber as razões de uma viagem na TAP ser mais barata com escala nas duas principais cidades do país, que distam 300 quilómetros uma da outra, do que directamente para um determinado destino; assim como também nunca perceberemos como é possível um administrador da TAP receber meio milhão de euros só porque resolveu pôr-se a jeito para ir trabalhar para outra empresa pública e, mais tarde, saltar para a equipa do actual primeiro-ministro António Costa.

Rui Moreira, do cimo dos seus quase dois metros de altura, disse recentemente em Lisboa, ao lado de Carlos Moedas, que lhe dá pela cintura, que só aceita um novo aeroporto internacional em Lisboa se for construído no Montijo. Carlos Moedas disse que não dava opinião mas foi acenando com a cabeça enquanto Rui Moreira falava do alto da sua superioridade física e intelectual. Minutos depois o ex-bastonário da Ordem dos Engenheiros, Carlos Matias Ramos, possesso com tudo aquilo que já tinha ouvido de João Cravinho, que não lhe agradou e fez perder a calma e algum discernimento, fez em cacos o projecto apresentado para o Montijo apontando um número de 150 mil lisboetas que iam ver a sua qualidade de vida agravada com o aumento da poluição sonora, numa altura em que os aviões já sobrevoam a cidade de Lisboa a baixa altitude contra todas as leis internacionais

 Rui Moreira, que falou pouco mas nunca gaguejou, é hoje contra a possibilidade de o novo aeroporto ser construído em Santarém como era em 2006 quando o aeroporto esteve para ser construído na Ota. Os grandes líderes do Norte chamam a Lisboa a “Cidade Estado”, agora ainda com mais força política e visibilidade pública desde que a estação de televisão regional Porto Canal começou a ganhar audiência. O que me espanta não é continuar a ver Rui Moreira contra um aeroporto internacional em Santarém, como foi em tempos contra a construção do mesmo na Ota. O que acho que ele podia já ter assumido é que o melhor lugar para a construção da nova estrutura aeroportuária para Lisboa é em Faro ou, quem sabe, em Badajoz.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Desfalque na Agromais vai ficar na história do associativismo em Portugal

Quando se soube que a Agromais tinha sido lesada num desfalque milionário falou-se em 10 milhões de euros. Os responsáveis vieram dizer que eram só dois milhões mas, entretanto, já se sabe que podem ser 4,5 milhões; e a procissão ainda vai no adro. Como é que uma cooperativa fica nas mãos de um impostor durante 12 anos, sem ser descoberto, é o que falta contar deste desfalque que vai ficar na história do associativismo em Portugal.


A ser verdade que a Agromais sofreu um desfalque de 4,5 milhões de euros nos últimos 12 anos, e que os números agora anunciados foram apurados antes de uma auditoria externa, a direcção da cooperativa só pode ter andado nas nuvens ou a ver navios. Há qualquer coisa que tem que mudar na gestão das cooperativas destes tempos. E não falo só da Agromais; falo de outras cooperativas que, como a Agromais, têm direcções que se eternizam porque depois de ganharem o poder criam uma teia de interesses que é difícil combater, e fazer frente, quando a gestão começa a ser desajustada da realidade. A blindagem que existe em várias cooperativas e associações do país faz desistir e desmotivar qualquer cidadão que queira exercer o seu direito de cidadania, nomeadamente quando é preciso mobilizar os associados na hora das eleições; a máquina eleitoral nas cooperativas e associações que defendem grandes interesses sabe como se proteger e derrubar o "inimigo".

Desde que foi conhecido o desfalque na Agromais que O MIRANTE ouviu de responsáveis associativos ligados ao sector agrícola conversas que demonstram o incómodo de uma liderança que se estendeu no tempo e que, aparentemente, era contestada mas, como quase sempre, só no silêncio dos gabinetes. É difícil entender como é que um empresário e dirigente associativo como Luís Vasconcellos e Souza se deixa enganar por um funcionário durante uma dúzia de anos. Quem conhece o presidente da Agromais sabe que é uma pessoa séria, com fortuna pessoal, uma pessoa de temperamento difícil mas incapaz de se deixar embrulhar por um espertalhão, quanto mais por um ladrão. Aparentemente parece que no melhor pano cai a nódoa. Não há outra conclusão a tirar depois do que se vem sabendo desta novela negra, que já vai em 4,5 milhões, e que bem pode chegar aos 10 milhões quando começar o trabalho dos auditores externos.  Eram estes os números que circulavam quando rebentou o escândalo, mas o que foi anunciado foram dois milhões; já vai em quase cinco. Veremos o que nos reserva o futuro.

É difícil, não encontro outro termo, aceitar que Luís Vasconcellos e Souza, assim como Jorge Neves, o seu braço-direito, tenham sido ludibriados durante uma dúzia de anos quando são pessoas formadas e experimentadas na vida, habituadas a acharem a agulha no palheiro, a nunca facilitarem em investimentos, a nunca estragarem dinheiro em obras de Santa Engrácia, a gozarem da fama e do proveito de serem forretas, não só no apoio aos parceiros locais como na hora de estabelecerem os preços dos cereais e os custos dos secadores. 

Embora o orçamento da Agromais não seja uma ridicularia, uma organização que não descobre um desfalque desta envergadura, que dura uma dúzia de anos, liderado por ladrão a solo, no meio de tanto funcionário, tantas prestações de contas anuais, só pode ser fruto de uma má organização. Não estou a pôr em dúvida a seriedade dos principais responsáveis da Agromais;  só estou a perguntar como é que é possível não haver já uma revolução na cooperativa, que foi roubada por alguém que só agora é que começa a ser conhecido, cujo estilo de vida todos ignoravam, assim como a sua vida familiar; e até o local onde morava, embora todos julgassem saber que era em Abrantes. 

Que a Agromais foi vítima de um verdadeiro artista parece que não restam dúvidas. 4,5 milhões de euros desviados em 12 anos não são cêntimos mesmo para uma organização como a Agromais. E se os números subirem para o dobro também não é por isso que a Agromais vai à falência. O mal está feito. Agora é só esperar que cada um assuma as suas responsabilidade e que a culpa não morra solteira. É mais que certo que este desfalque na Agromais vai ficar na história do associativismo em Portugal. JAE.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Uma semana de leituras e alguns desvelos

Uma semana de grandes leituras que proporciona escrever aqui sobre pessoas que admiro como é o caso de Miguel Esteves Cardoso, Lídia Jorge, Leila Slimani, Anna Lembke e Francisco Pinto Balsemão.

Há semanas em que os jornais e as revistas dão tanto trabalho que ler parece um ofício a tempo inteiro. Só quem trabalha nesta profissão percebe a necessidade de ler regularmente os principais jornais e revistas de referência.  A revista Visão da passada semana demorou duas noites a ler. Miguel Esteves Cardoso regressou em força com um novo livro e uma entrevista de ler e chorar por mais. Respigo uma resposta a uma pergunta de João Pedro George sobre a censura do poder no jornalismo, em ditadura, ou em democracia como foi o caso em 1988 na RTP. “A pessoa que censura está sempre tramada. Mesmo a curto prazo, quem censura é sempre o mau da fita, tem assim um fulgor durante dois ou três minutos. É hilariante imaginarmos aqueles desgraçados todos na comissão (da RTP) a dizer: “É melhor não tirar o episódio. Eh pá! Deixa estar, porque assim falam muito, lembra-te do que aconteceu com o Saramago.” Mas depois dizem: “Não, vamos censurar, que se lixe, pá.” Ninguém falava daquelas entrevistas e, de repente, alguém diz que aquilo é suficientemente importante para ser apagado: “Eh pá! Isto pode ser perigoso.” “Eu sou perigoso!?” É a coisa melhor que se pode chamar a alguém. Eu, perigoso? A partir desse momento uma pessoa sai à rua com outro ar. Eu sou perigoso. É melhor afastarem-se”. 

Na mesma edição da Visão vale a pena ler e recortar uma entrevista com a psiquiatra e investigadora Anna Lembke, assinada por Clara Soares, que lembra um dos problemas maiores dos nossos tempos: “ Quanto mais rica é uma nação, mais infelizes são as pessoas. A adição é o lado negro do capitalismo, que assenta na ideia do consumo sem limites”.  “Renunciar ao excesso de apelos que nos tornam vulneráveis à dependência, e convidar a dor para as nossas vidas, pode devolver-nos o contentamento e deixar-nos mais resilientes (:) aceitar  a incerteza e caminhar com os nossos medos é a via para ter pensamentos e emoções sustentadas e produzir algo novo”. 

No feed da Google a revista Máxima ofereceu-me a leitura de uma entrevista e uma sessão de fotos artísticas com a escritora Leila Slimani, uma das maiores desta nova geração de escritores sem mordaça. A conversa mostra que os grandes escritores não falam só de literatura, não falam mesmo nada nalguns casos, e noutros falam o mínimo que podem, mas gritam a favor dos direitos das minorias, contra o poder dos grandes grupos económicos que parece que não conhecem limites.

Numa estante de uma livraria li, de pé, durante quase meia hora, uma entrevista com Lídia Jorge que acabou de publicar “Misericórdia“, o seu décimo segundo romance, onde assume a voz da sua mãe à beira da morte. Sou leitor de Lídia Jorge desde “O Dia dos Prodígios”, editado em 1980. Lídia Jorge é membro do Conselho de Estado e pouca gente sabe disso; assume que aceitou para exercer a liberdade em voz alta, e para falar de política e dizer que “o poder distribui milhões para ajudar as pessoas mais pobres, mas depois fazem umas contas e quem recebe mais são os que têm mais, e os que têm menos recebem menos”. “O que quer dizer que por princípio dizem que estão a combater a pobreza, mas é falacioso: o que se combate são os pobres que vão ficando ainda mais pobres em relação aos outros”.

Resumo o efeito surpresa das leituras dos últimos dias e escrevo, por último, sobre a autobiografia de Francisco Pinto Balsemão que já vai na terceira edição. Na altura em que o livro ganhava corpo ouviu-o confessar, na varanda do cinema S. Jorge, enquanto fumávamos um cigarro, que estava com algumas dificuldades para recuperar algumas memórias, importantes para o livro, da sua longa carreira como político, jornalista e editor, devido à dispersão de alguns documentos e à incapacidade para organizar tudo como gostava para não faltar à verdade. O livro está aí, a vender-se como seria de esperar, e é um testemunho coerente com a sua importância como cidadão, mas também como uma das figuras mais importantes da sociedade portuguesa do últimos 60 anos. Curiosamente, embora seja um novato nestas andanças, alguns daqueles assuntos mais ligados ao jornalismo também me dizem respeito, e quase posso dizer que participei neles. JAE.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

As notícias não são boas

A CAP diz que a ministra da Agricultura é uma personagem literária, as cidades continuam em boa parte entregues aos técnicos, o aeroporto de Lisboa tem tudo a favor para ficar no Montijo e aumentar para o dobro a dimensão do crime que pesa sobre os lisboetas. Crónica de uma semana em que as notícias não são boas.

Nas últimas semanas insisti com um velho conhecido para trocarmos meia hora de conversa numa das cidades onde trabalho. Como não tenho motivações para andar por aí, como dantes, procuro na tertúlia saber o estado da cidade província. Está tudo na mesma como a lesma e a doença agrava-se. Falta uma política de estacionamento para o centro da cidade a partir das 19 horas que é quando os moradores precisam de estacionar o carro. Com a actual balbúrdia as casas do centro histórico não se vendem e vão continuar em ruínas; por sua vez o comércio também não se aguenta porque os habitantes são cada vez menos, até um dia acabarem e só ficarem os espaços de trabalho. A conclusão é que os políticos continuam a mandar pouco e a entregar o poder aos técnicos; as associações já trabalham pouco uma vez que também não têm público nas suas iniciativas, as casas estão a cair mas as rendas são inacessíveis,  tudo, tudo uma pescadinha de rabo na boca que nos deixa estupefactos e com vontade de olhar para o lado e dizer, como o empresário rico, dono de uma grande empresa de Torres Novas, que há 30 anos já dizia para quem o queria ouvir, que o melhor da região é a auto-estrada para Lisboa.


A verdade é que Lisboa também já viveu melhores dias. O actual presidente da câmara, Carlos Moedas, parece um pardal da rua esfomeado, com um discurso de humorista. A sua posição envergonhada sobre o futuro aeroporto é o último sinal da sua menoridade enquanto defensor dos interesses dos cidadãos de Lisboa. Por enquanto, o homem tem as costas mais largas que o Aeroporto Humberto Delgado, mas a verdade é que não se espera nada de novo da sua governação, melhor ou pelo menos igual ao que Medina deixou de herança.


Novidade novidade só as críticas da CAP à ministra da Agricultura que o seu presidente, Eduardo Oliveira e Sousa, diz ser uma mulher de outro mundo, de tal modo que quando se fala com ela, na resposta “parece que estamos a sonhar” (entrevista desta última segunda-feira ao Jornal de Negócios). É assim que a define sua excelência o Bispo dos agricultores, que em vez de falar para o Cardeal António Costa faz da ministra Maria do Céu Antunes uma personagem literária. A braços com uma vergonhosa imagem do sector, que trata a mão-de-obra estrangeira no Alentejo como se vivêssemos no tempo da escravatura, a CAP não tem propostas concretas nem peito para ir à luta. Infelizmente é só mais uma das organizações que perdeu a capacidade de lutar pela intervenção do Estado em questões urgentes para que Portugal se modernize, e deixemos de ser o país dos autarcas que compram pavilhões fantasmas e pagam à cabeça. O que se passa com as políticas da habitação, saúde, ensino e utilização dos fundos comunitários deveria ser motivo para grupos de cidadãos levarem o Governo à barra do tribunal. Mas isso seria pedir aos portugueses que se unissem e não delegassem os seus direitos nos organismos de classe que vivem do sistema, e com a mesma facilidade que os ratos entram numa casa abandonada, também se entrincheiraram na toca e fazem pela vida comendo as migalhas, só as migalhas, embora acabadas de sair do forno. JAE.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Um aeroporto em Santarém seria um acto de coragem política

Portugal continua a ser um país de muitas realidades e injustiças. Um aeroporto em Santarém seria uma sapatada na crise e no despovoamento da região centro que é aquela que mais perde população.

O Norte de Portugal sempre foi o parente pobre do país. E continua a ser. O 25 de Abril não chegou a muitas aldeias e nunca chegará porque as aldeias ficaram em ruínas, os velhos morreram e os jovens fugiram para outras paragens. Foi do Norte que emigraram grande parte dos portugueses que povoaram o Brasil e emigraram para os quatro cantos do mundo.

Era do Norte que dantes chegavam ao Ribatejo e ao Alentejo os trabalhadores sazonais que agora vêm do Paquistão e do Bangladesh.

Esta semana em passeio por Peso da Régua, onde o Douro e a paisagem são o retrato de um país rico, um patrício desabafou com alguma ironia para um jovem casal em férias de Inverno: Ah são do Ribatejo! Vocês têm dinheiro para visitar a nossa região mas nós, infelizmente, ainda não ganhamos o suficiente para visitar a vossa, e muito menos para irmos de visita a Lisboa.

Esta é a verdade nua e crua. O despovoamento do Norte deu lugar ao do Alentejo, agora acentua-se no Ribatejo, e por aí vamos sem rei nem roque entregando as quintas, as terras de cultivo, as barragens, os montes e as serras aos estrangeiros que começam a explorar o negócio do turismo.


Quando recentemente o primeiro-ministro António Costa veio à Azinhaga percorrer 500 metros de estrada para ver as 100 oliveiras para José Saramago, e associar-se ao dia do seu centenário, colei-me às costas do ministro da Cultura e do editor de José Saramago, que andaram quase sempre em amena cavaqueira. Quem achar que o editor aproveitou para vender o seu peixe ao ministro desengane-se. A conversa foi sempre a bater no ceguinho, no gajo que escreve na revista Sábado que é um escroque, no outro que vai lá a casa mas é um vendido; tudo conversa de má língua que até deu pena.

António Costa nunca foi abordado para um convite, um favorzinho, um venha lá à minha freguesia ou mande lá um dos seus ministros. Só um velho autarca reformado se posicionou a meio do percurso para ser visto, e resultou, tendo bichanado por duas vezes ao ouvido do primeiro-ministro um convite para um lançamento de um livro mas bem longe da Azinhaga.


Vim escrevendo as pequenas memórias destes últimos dias até chegar aqui, a um espaço em Lisboa onde decorreu um grande debate sobre o destino do futuro aeroporto de Lisboa. Pode ser que me engane, mas isto está tudo na mesma como a lesma. Mudanças em Portugal , que não sejam as do tempo conforme vão mudando as estações do ano, é coisa rara nos homens políticos e de ideias. Já era assim no tempo de debandada dos portugueses para as américas, e depois para os países da Europa rica, e assim vai continuar, a confiar nos políticos que, como o autarca de Caminha, acham que vivem numa redoma e ninguém os apanha nas suas habilidades e santa ignorância.  


Com um aeroporto em Santarém, que de comboio fica a 30 minutos da capital, Santarém e toda a região Centro de Portugal, ganhava a lotaria; por mais incrível que pareça, as aldeias que mais perdem população nos dias de hoje estão precisamente na região Centro, e as que mais crescem desde há muitos anos estão na Área Metropolitana de Lisboa. Se não tivermos um Governo que dê uma sapatada na crise, ou seja, na descentralização dos grandes projectos estruturantes para o país, vamos a toda a brisa para a cauda da Europa e de lá nunca mais nos levantaremos. JAE.