Troco uma tarde no campo junto ao Tejo pelo prazer de escrever uma crónica. Troco as palavras pela gadanha ou pela enxada embora não ande a cavar mas a endireitar a terra. Deixo no caderno a frase que mais encheu a folha do dia de Terça-feira: os dirigentes da CAP têm como refém o Ministério da Agricultura. Basta o CDS chegar ao Poder e eles fazem o que querem. É vê-los quase todos os dias na televisão a fingirem que têm soluções para o país. Quanto aos agricultores e aos seus interesses é o que se sabe. Não quero dizer mal. Deixo no caderno de apontamentos o fruto da má-língua que pratiquei uma noite destas com o Sérgio Carrinho que se prepara para deixar sem dor a presidência da câmara. Quem diria!!! Como uma dúzia de figos directamente da árvore e outra dúzia que me foram dados num saco embrulhados em folhas de figueira como a minha avó me oferecia há mais de uma eternidade. Há lá coisa melhor que comer figos e esquecer o assunto para a próxima crónica ou comentário? O António Rodrigues vai deixar Torres Novas e vai trabalhar para Timor. Toda a gente sabe, desde há muito tempo, que ele não quer passar pelo martírio que passa o Silvino Sequeira e o Rosa do Céu e todos aqueles que fizeram da política a sua profissão e de repente parecem aves raras sem saberem onde poisar. O mundo foge-lhes debaixo dos pés. Os rapazes andam no recreio da escola a mijar para cima das pedras e eles passam na rua e à noite vão sonhar que é o povo que agora mija para cima deles só porque deixaram de controlar o Poder. Sem o perfume do Poder ficam a cheirar mal como a água parada do rio. Não é verdade mas é assim que eles se sentem e cheiram.
Este comentário é uma cedência de uma tarde ao prazer de usar a gadanha e deixar a prática da escrita para o momento do fecho da edição. Tinha meia hora para cumprir o timing que me foi dado pelos gráficos. Escrevi este pequeno texto sem dizer mal de ninguém em menos de meia hora. Vou agora ali a Abrantes comer uma tigelada e ainda terei tempo de mandar o título do comentário pelo telemóvel enquanto penso se hei-de ou não tirar daqui o “dono” da CAP, João Machado, que esta semana voltei a encontrar na PSP numa queixa contra mim e este jornal que, pelos vistos, não é terreno agrícola que interesse ao fidalgote do associativismo português. JAE
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