Há um estabelecimento comercial no meu caminho que vai mudar de gerência. Os antigos sócios vão para a reforma que bem merecem. A loja está fechada e na porta tem um aviso a informar “fechado para férias”. Percebo a intenção. Um dia quando me reformar também vou ter essa dificuldade em assumir a derrota. Há gente reformada desde os 40 anos graças às benesses que o regime criou noutros tempos. E andam por aí na política a fingir que são da Associação 25 de Abril. Nem de propósito. Conheço bem a associação pelas almoçaradas que realiza todas as semanas e agora também pela opinião que tem de Santarém, a cidade mais triste do país, onde passa um rio que parece que foge para Lisboa.
Esta semana voltamos a passar o dia inteiro num tribunal numa sessão de um julgamento que começou e acabou no mesmo dia, coisa rara nestes tempos. Passamos muitos dias do ano em tribunal a “pagar” pelo exercício da profissão. Os leitores querem a melhor informação e a melhor informação muitas vezes tem um preço muito acima do valor de uma assinatura, ou até do valor de mil anos de assinatura; tem o valor do exercício da cidadania. É disso, muitas vezes, que vive o jornalismo.
O MIRANTE publicou na passada semana um Guia Autárquico que mostra a vitalidade do nosso projecto editorial. Falo do assunto porque as autarquias vivem momentos de grandes mudanças e é preciso estar atento à importância do Poder Local. Este Guia aproxima-nos mais dos eleitos e do seu trabalho. Mostra quem são os rostos da política de proximidade. Somos todos responsáveis por uma parte do trabalho que os nossos autarcas estão a fazer. Por isso é justo que os identifiquemos e lhes demos voz. Há muita gente na política que não presta; que se candidatou apenas a pensar nos seus interesses pessoais; mas são uma minoria.O poder local é a melhor memória do 25 de Abril de 1974. JAE
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