quinta-feira, 29 de abril de 2021

Ser dirigente associativo é mais difícil que prior da freguesia

 As câmaras municipais precisam de começar a investir na formação de dirigentes associativos. E os partidos políticos como o PS precisam de se livrar dos deputados das negociatas e devolverem à política os ideais de Abril e não os velhos costumes do Portugal salazarento que tanto criticamos.


Os amigos do alheio descobriram uma nova forma de ganhar dinheiro; ao que parece os catalisadores dos carros dão muito dinheiro, mesmo roubados e depois vendidos por baixo da mesa. As queixas têm caído na redacção de O MIRANTE com desabafos que merecem respeito. A maioria dos pessoas roubadas é gente remediada, agora mais pobres do que ontem por causa da pandemia, a quem este tipo de roubos faz moça na carteira e revolta a alma. Bem basta os tempos que vivemos e ainda temos que contribuir para o orçamento dos malfeitores, uns que roubam por maldade e outros só porque precisam de dinheiro para o vício.

Sem lei e sem ordem as pessoas revoltam-se; sentem-se injustiçadas e não votam nas eleições, não participam na vida da comunidade, não se organizam em associações de moradores, enfim, não cumprem o seu dever de cidadania. O caso do deputado António Gameiro pode vir a revelar-se mais um escândalo dentro do Partido Socialista que, desde José Sócrates, tudo tem feito para vivermos segundo as regras do príncipe siciliano: “tudo deve mudar para que tudo fique como está”. João Cravinho, antigo ministro dos governos do PS, ainda vivo e a respirar saúde, está aí para testemunhar o fracasso da sua luta contra a corrupção dentro do partido, projectos que tiveram a solidariedade e o trabalho de muitos outros dirigentes, mas que acabaram na gaveta de uma forma vergonhosa, culpa também dos partidos da oposição, ao deixarem cair no esquecimento luta antigas como a de João Cravinho, que queria por ordem no sistema criminoso que se instalou e aparentemente está para durar.

Com a morte lenta do associativismo, as câmaras municipais têm agora mais do que nunca um papel fundamental na formação de dirigentes e no apoio aos clubes e colectividades que fecham ou diminuem drasticamente as suas actividades. Nas últimas décadas o dirigente associativo desapareceu pelas razões que todos conhecemos: responsabilidades acrescidas com o Estado, aumento do custo de vida, falta de cidadania que leva a falta de associados, etc, etc. É mais difícil nos dias de hoje ser dirigente associativo que prior da freguesia.

A entrevista que publicamos nesta edição com Francisco Jerónimo é esclarecedora. Mas a minha crónica tem um âmbito muito mais alargado. Interessam-me os clubes de futebol mas muito mais as colectividades onde se joga ping-pong, bilhar, jogos de mesa como o xadrez e as damas, que são dos mais importantes na formação humana e intelectual de qualquer pessoa e em qualquer idade.

Sou um dos que beneficiou do apogeu das colectividades. Na minha terra havia três que frequentava diariamente e em todas elas me divertia e praticava desporto, muitas vezes o de beber e comer até ficar bêbado; mas nem disso me arrependo. Todas as asneiras que pratiquei aos 20 anos serviram de lição para o resto da vida; e ainda hoje marcam a minha atitude perante o vício do consumo de álcool, droga, tabaco e prática dos jogos de azar. Ainda sou viciado nisso tudo mas, se consumo, é com moderação e apenas quando o rei faz anos. JAE.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

A suprema vaidade dos deputados e o caso António Gameiro

António Gameiro é deputado do PS e foi candidato à Câmara de Ourém durante cinco dias: até estalar mais uma polémica que deriva da sua profissão de advogado. Mais uma vez os dirigentes políticos do Partido Socialista remeteram-se ao silêncio e fingiram que não conhecem o sentimento do povo mesmo depois do espectáculo recente no âmbito da Operação Marquês.


A suprema vaidade de alguns deputados é levarem empresários amigos a almoçar no restaurante da Assembleia da República. Só lá almocei duas vezes em mais de trinta anos de trabalho mas chegou para confirmar o que acabo de escrever; os testemunhos que vou recebendo de outros profissionais e de pessoas amigas confirmam o facto: aquele lugar onde se reúnem algumas figuras públicas é uma espécie de montra para os deputados das negociatas levarem os seus amigos “patos bravos” e facturarem o seu prestígio e as suas influências no meio político.


De tal forma a coisa é feia, e dá nas vistas, que alguns deputados dos partidos do arco do poder sentem-se incomodados: aqueles que não pertencem ao clã dos negócios, e são deputados em exclusividade, condenam este aproveitamento mas nada podem fazer já que os partidos dão rédea larga aos seus representantes no Parlamento e não impõem a ética que exigem noutros sectores da sociedade.


O assunto vem a propósito do deputado de Ourém, António Gameiro, que foi apanhado numa investigação do Ministério Público sobre corrupção que envolve a presidente da Câmara de Vila Real de Santo António e que é notícia nesta edição. António Gameiro foi alvo de buscas da PJ em razão de ser advogado num escritório que terá mediado o negócio da venda de um terreno em Monte Gordo. António Gameiro tinha apresentado a sua candidatura à Câmara de Ourém dois dias antes das buscas. Alguém do partido deve ter avisado o deputado que tinha que retirar a candidatura e ele assim o fez. Aproveitou a embalagem e pediu a demissão de presidente da concelhia socialista de Ourém e do Conselho de Fiscalização do Sistema Integrado de Informação Criminal, que funciona junto da Assembleia da República. Ficou por pedir a demissão, ou a suspensão, do cargo de deputado; diz ele, tentando justificar o injustificável, que tem o direito à presunção da inocência. E tem. Então porque não manteve todos os outros cargos? É aqui que a porca torce o rabo: o cargo de deputado é que o mantém na crista da onda. O resto são migalhas.


Os dirigentes do PS e do PSD, perante mais este caso de mistura explosiva entre a actividade política e profissional, ficaram calados que nem ratos. Os bons costumes e os bons exemplos são só para os estadistas; a arraia-miúda, “os biscateiros da democracia”, “os serventes da República”, podem continuar a sua vidinha parlamentar com o mesmo à vontade que praticam as suas profissões de professores universitários, advogados, consultores e o mais que se sabe.


Daqui a umas semanas a pandemia, a campanha eleitoral para as autárquicas, os esquemas que vão aparecendo que nem cogumelos, e que corroem a democracia, fazem com que este assunto seja esquecido e se some a centenas de outros que nos últimos anos são a grande razão para o descrédito do regime. António Costa bem podia dar o exemplo e por ordem na classe política do seu partido. Rui Rio podia aproveitar as vantagens dos comportamentos dos seus colegas deputados e apelar à mudança de regras e de estatutos; podia e devia mobilizar as suas tropas e ajudar a fazer a revolução que o regime precisa. Ficou calado a exemplo do que aconteceu durante três dias depois do espectáculo da leitura das mais de seis mil páginas da decisão instrutória sobre a Operação Marquês: Rui Rio sabe que amanhã será a vez de um dos dele ser apanhado. JAE.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

O rio Tejo não é um esgoto

Esta semana O MIRANTE deu voz online, e nesta edição, a uma associação liderada em parte pela família Campilho. Em causa está um grande projecto para o rio Tejo que, embora ainda esteja numa fase inicial, já merece muitas dúvidas. Está na hora de nos deixarmos de rodriguinhos e deitarmos mãos à obra.


Vou dar visibilidade mais uma vez, merecida, ao senhor Arlindo Consolado Marques (ACM), mais conhecido como o Guardião do Tejo. Num artigo de opinião publicado esta semana na edição online de O MIRANTE, e republicado nesta edição, ACM leu o artigo de opinião e despachou o assunto com um comentário curto, grosso e literalmente reaccionário. Diz ele que “conhece muitos Sócrates”. E por aqui se ficou partilhando e comentando o texto na sua página nas redes sociais. Quem o ler vai achar que o problema do rio Tejo e dos seus recursos nunca terá uma solução milionária porque Portugal está nas mãos dos corruptos. Cada vez que alguém pensa o país ao nível dos grandes projectos para os rios, e as urbes, vamos cair sempre no conto do vigário.

ACM merece todo o respeito pelo seu trabalho e pelo empenho pessoal por uma causa que os governantes e os seus escriturários adiam todos os dias por falta de visão e mérito político. Se tivéssemos governantes a sério ACM nunca seria um herói; daqueles que fazem o trabalho dos governantes e das autoridades nacionais nos intervalos do seu trabalho como guarda prisional. Se o país fosse bem governado o rio Tejo nunca seria presa fácil de empresários e indústrias poluidoras.

Daí até duvidarmos que é possível sair desta mediocridade de país vai um passo de gigante. O rio Tejo merece um projecto ao nível daquilo que está pensado e projectado para o futuro. Só gente com dinheiro, e com interesses instalados, pode deitar mãos à obra. É isso que está a fazer a família Campilho. Em vez de se acomodarem, como todos os grandes proprietários que exploram as terras do Ribatejo, e depois vão investir o que ganham no Algarve ou em Ibiza, saíram do anonimato e querem juntar todas as forças vivas da região para fazerem do Tejo um rio com futuro; como já fizeram com os seus rios os franceses, os holandeses e muitos outros governantes de países do primeiro mundo.

Se me perguntarem se não tenho dúvidas sobre projectos megalómanos para o Tejo respondo que sim; mas quero ver para crer como São Tomé. Se o Tejo está moribundo, em risco de se transformar num curso de água igual a alguns dos seus afluentes, e aparecem pessoas preocupadas em salvá-lo, só posso aplaudir e incentivar. Chega de heróis à força e à custa da ignorância e do desprezo com que os governantes tratam o país real e protegem os criminosos.

Por muito que nos custe reconhecer o Ribatejo não tem líderes em nenhuma área importante da nossa vida cultural, política e sócio-económica. Somos um território secundário para os políticos de Lisboa; e só ainda não estamos na situação do Alentejo porque aqui há mais dinheiro, e as propriedades não estão à venda como no Alentejo, onde o dinheiro acabou há muito tempo. Mas para lá caminhamos se continuarmos entregues aos dirigentes da CAP, que herdaram a Feira da Agricultura e não fazem um corno por Santarém; para lá caminhamos se os donos das terras perceberem que estão nas mãos do destino e dos especuladores que procuram boas terras para olivais e amendoais e o mais que aí vem.

Está na hora de nos espevitarmos; de defendermos o nosso território e a nossa gente; está na hora de nos substituirmos aos políticos palermas que governam alguns municípios e se escondem nos gabinetes a tratar da contabilidade caseira. Se os líderes da família Campilho e os seus parceiros tiverem um projecto grandioso e inovador para fazer do Tejo um rio com vida, só temos que estar do lado deles e dar-lhes o nosso apoio. E para isso precisamos de mobilizar os melhores autarcas, a EPAL, os donos do CAIMA, os donos das terras, os ambientalistas e, acima de tudo, os cidadãos como o senhor Arlindo Consolado Marques que não são donos do Tejo, nem precisam dele para os seus negócios, mas defendem o rio com unhas e dentes, contra tudo e contra todos. JAE

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Diário de uma semana com muito trabalho

Portugal tem 230 deputados que alguns consideram ilustres desconhecidos. José Sócrates escreve no Brasil mas os jornais portugueses publicam em segunda mão com chamada à primeira página.


Um presidente de uma entidade reguladora em Portugal confessou-me recentemente que se admira como ainda existem em Portugal jornalistas que conseguem escrever livremente. Diz ele que está tudo por conta das grandes empresas que controlam os meios com o volume milionário das verbas publicitárias. A confissão é recente e o leitor mais bem informado não precisa que eu dê “nome aos bois” para saber do que estamos a falar.

Um conhecido político da nossa praça, e habitual espalha brasas no que toca a chamar nomes aos deputados, governantes e ex-governantes, começava assim um texto de opinião num jornal diário de referência: “a grande maioria dos nossos 230 deputados é constituída por ilustres desconhecidos. Não se lhes conhece obra ou pensamento, mas esperteza não lhes faltará”, introdução para os acusar de serem “deputados de negócios” e “biscateiros da democracia”. A informação não tem nada de novo. Há dezenas de anos que a Assembleia da República se tornou um altar para os maiores negócios que contribuem para o enriquecimento de uma classe privilegiada, que se formou no regime democrático, com os amigos certos nos lugares certos.

Há cerca de uma dezena de anos viajei para o outro lado do mundo para participar num congresso de jornalistas e patrões dos media. O presidente honorário do congresso era o presidente da Assembleia da República. Amigos comuns puseram-nos a falar familiarmente numa sala para matarmos o tempo. Fiquei a saber que a segunda figura do Estado tinha aproveitado a viagem para tratar de negócios, na sua qualidade de consultor de um conhecido empresário chinês, com largos anos de influência na economia portuguesa e nos jogos de casino.

Portugal está a viver neste momento, em termos mediáticos, o que a França e a Itália, só para dar dois exemplos, já viveram há muito tempo. Quem já dispõe de uma tribuna num jornal ou numa televisão tem praticamente garantido espaço nas outras todas. Basta estalar os dedos. Para alguns deles, na grande maioria políticos ou advogados com interesses em várias frentes, “o sol nunca se põe: de manhã na rádio, à noite na televisão e na imprensa escrita, num fluxo contínuo de textos de opinião” (do livro “Os Novos Cães de Guarda, Celta Editora, 1998). Hoje de manhã na rádio (escrevo no domingo à tarde), ouvi um desses intelectuais que escreve sobre livros, política, filosofia, cinema, em diversos meios de comunicação social (e ainda é consultor do Presidente da República), confessar que conhece muita gente culta, que já não lê jornais. Afirmou ainda que os media estão a viver a maior crise de sempre e que, embora não acabem tão depressa, vão viver dias de grande penúria. Como é evidente, o desgraçado que proferiu estas palavras factura, no mínimo, uma dúzia de avenças, e o seu maior trabalho é ter que largar a caneta para pegar na colher quando chega a hora das refeições.

O novo “Diário de Notícias” é uma verdadeira decepção para a grande maioria dos seus leitores de outros tempos. Metade do jornal são artigos de opinião de gente que estava na prateleira e que agora ganhou novo estatuto. Nenhum deles consegue escrutinar o Poder: quase todos vivem, ou viveram, por perto das mesas dos cardeais, de pensamento único, de ontem e de hoje.

Há jornais que à falta de matéria editorial transcrevem páginas inteiras, com chamada à primeira página, dos artigos que José Sócrates publica no Brasil, numa colagem a Lula da Silva que só prejudica o estadista brasileiro. Ao contrário de Sócrates, que quis ser o escritor de livros mais famoso do mundo, e que foi para Paris fazer vida de luxo, aparentemente à conta dos empréstimos de um amigo, Lula da Silva ainda se apresenta como metalúrgico, o que devia ser uma lição para Sócrates que se diz engenheiro, e agora mestre em ciências políticas, embora ninguém lhe reconheça os graus. Citando o livro que refiro mais acima, “a maioria desta gente encontram-se, frequentam-se, entreglosam-se, estão de acordo em quase tudo”. De vez em quando divergem em pequenas coisas para depois se rirem dos outros já cansados de se rirem de si próprios e das suas habilidades. JAE

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Vamos em sentido único a caminho dos tempos do Pentateuco

O mundo mudou desde a descoberta da internet. Jeff Benzos triplicou a fortuna em tempo de pandemia. Agora é ele que manda no mundo carregando diariamente num botão que, para nosso espanto, não é o da bomba atómica. Não vai morrer uma multidão mas vamos ficar todos com a mesma doença que há-de chegar à nossa caixa de correio, num anexo, com notícias e a hóstia da missa de domingo incluída. Tudo ao preço da uva mijona patrocinado pelas empresas dos chineses espalhadas por toda a Europa.

As livrarias são dos negócios mais ruinosos do mundo mas também dos mais interessantes e desafiantes, principalmente para quem vive com a cabeça na lua e acha que o mundo é sempre cor de rosa. E se as livrarias vendem jornais... ainda pior porque só o trabalho de fazer contas com as distribuidoras ocupa um ou mais postos de trabalho dependendo da dimensão do estabelecimento comercial e do número de títulos que se podem encontrar nas bancas. Apesar de uma livraria ser tão importante para uma comunidade, principalmente quando substituem os postos de venda de jornais, que entretanto vão fechando por todo o país, o Governo de António Costa fechou as livrarias e os seus postigos durante meses. Esta gente da política que combateu o salazarismo, que todos os dias fazem vénia aos artistas e aos escritores, embora de verdade não lhes liguem nenhuma, depressa encheu a barriga de liberdade; e a boca de mentiras e falsas promessas. As livrarias não couberam nos 52 tipos de comércio que o Governo privilegiou, e que manteve e mantém abertos durante o confinamento, porque toda a gente se esqueceu da importância dos livros e do quanto eles ainda são, e serão, precisos para continuarmos a nossa caminhada civilizacional. É difícil acreditar que há um governante, nos dias de hoje, que ache que uma livraria não pode vender livros ao postigo, ou até de porta aberta com restrições, quando consegue encontrar 52 excepções em outros negócios. É difícil aceitar que haja um Governo que admita pôr em causa a sobrevivência de um sector comercial, que é dos mais desprotegidos do mundo, e que, a cada ano, vai desaparecendo mais rápido que algumas espécies de animais.

Ser livreiro, editor ou distribuidor de livros, ter coragem para montar uma banca de jornais e de revistas, era uma actividade para malucos antes da pandemia. Com a pandemia tornou-se uma aventura quase igual à dos tempos da impressão do Pentateuco, o primeiro livro impresso com caracteres móveis em Portugal, a 30 de Julho de 1487, uma obra em hebraico, impressa por Samuel Gacon, um algarvio de origem judaica.

Os tempos que vivemos são outros mas caminhamos como há quinhentos anos num sentido único que, antes da internet, parecia impossível. A impressão de jornais e revistas está em causa com o ataque ao mercado publicitário dos gigantes da Google, Facebook e Amazon. Jeff Bezos, o homem mais rico do planeta, triplicou a sua fortuna desde que vivemos em pandemia. Enquanto isso os governos de todo o mundo vão aceitando as posições dominantes dos grandes magnatas da comunicação, que se preparam para governar o mundo carregando diariamente num botão que, para nossa grande surpresa, não é o botão da bomba atómica que nos causava tanto medo e nos fez marchar quando éramos índios, ou julgávamos que éramos.

Se uma livraria tem que fechar portas em tempo de pandemia, e não merece o mesmo estatuto que uma loja de eletrodomésticos, e ninguém faz uma procissão a gozar com esta malta, do que é que vale continuar a acreditar no Pai Natal? Se para lermos notícias e livros, que eles escolhem a seu belo prazer, temos que alimentar a fortuna do todo poderoso Jeff Benzos, do que é que vale mantermos abertas as igrejas e os hábitos de irmos tomar a hóstia ? Só não respondo à pergunta porque este texto não é uma rendição: é um apelo à revolta. JAE.