quarta-feira, 16 de abril de 2014
Homenagear palavras
Faço minhas as frases fortes dos depoimentos que enchem o suplemento sobre os 40 anos do 25 de Abril incluído nesta edição de O MIRANTE. Não conseguiria dizer mais sobre a data e o que ela representa para mim. Tirei as aspas para que a minha liberdade de usar as palavras ficasse quase perfeita. Fui vizinha de Salgueiro Maia e ouvi da sua boca relatos do 25 de Abril. Tenho memória de um país cinzento que existia antes do 25 de Abril. O Estado é um monstro que vive à custa do povo em vez de o servir. As gerações anteriores à minha cresceram com a angústia de irem para a guerra. Apesar de todos os defeitos o nosso sistema político é o adequado ao nosso país. Muitos portugueses ainda não perceberam que o Estado somos todos nós. Alguns atropelos à democracia afastam-nos dos valores de Abril. Temos o desafio de nos superarmos para fazermos todos os dias um novo Abril. Sem o 25 de Abril eu não teria sido eleito para o cargo que ocupo hoje. O 25 de Abril não é uma foto mas sim um filme em movimento.... Não concebo a democracia sem mais igualdade e mais justiça social. Com tristeza vejo centros de saúde encerrados e pessoas sem médico. Celebrar Abril é denunciar o que põe em causa a liberdade. Tirando a liberdade o resto foi uma desilusão. A diabolização dos políticos não ajuda em nada a preservar a democracia. As ingerências do Governo nas autarquias são contrárias aos ideais de Abril. Acredito que vamos retomar o Portugal solidário de Abril. Vivemos em democracia embora haja quem nos queira convencer do contrário. O poder local tem vindo a ser atacado e tenta-se diminuir a sua capacidade de intervenção. Só valorizamos o que conhecemos, o que respeitamos… Não podemos ser um país que maltrata os idosos e incentiva os jovens a emigrar. Eu e a minha irmã nascemos em França por o meu pai estar envolvido na luta contra a ditadura. Foi o 25 de Abril que me deu a oportunidade de tirar um curso superior. Como autarca tenho obrigação de defender uma das grandes conquistas de Abril. A justiça é fraca perante os fortes e forte perante os fracos. Precisamos de uma revolução mas com recurso às armas da participação cívica. JAE
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