A jovem que na passada quinta-feira morreu debaixo de um comboio na Estação de Santarém foi colega da minha filha no liceu de Santarém. Recentemente estivemos aos beijinhos e abraços no centro da cidade num daqueles encontros casuais que servem para matar saudades. A Laura era linda. Achei-a mais linda ainda depois de saber que ela tinha abandonado o Convento e a ideia de viver para sempre com o vestido de freira. Ainda guardo a memória do seu sorriso e do seu belo rosto de freira sem Convento. Não sei quantas pessoas a namoraram nem quantas lhe roubaram beijos. Não sei quantas pessoas a desiludiram. Nem toda a gente se suicida por amor ou por falta de amor. Certamente que ninguém se deixa “apanhar”por um comboio por excesso de amor no coração.
“Haja vertigem, um ranger de dentes e um grãozinho de loucura e a obra é boa” (Mário Saa). Acho que foi esta frase que faltou partilhar com a Laura naquela inesquecível tarde de sol em que os comboios passavam na estação cheios de pessoas felizes a caminho de casa. JAE
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