Na tarde de apresentação do livro de José Fidalgo Gonçalves comentei, entre apresentações e em jeito de moderador que gosta de molhar o bico, que a intervenção de Maria da Luz Rosinha sobre o livro de José Fidalgo tinha excedido as expectativas e que não tinha notado qualquer divergência entre eles, pelo que, a existir alguma divergência no plano do pensamento ou da acção política, ninguém diria pela forma como a oradora falou do autor.
A plateia sorriu e fez-se um burburinho que durou três segundos. Depois tudo voltou ao normal. No fim da sessão, que durou cerca de duas horas, chegaram as reacções mais estranhas para quem, como eu, leva o trabalho a sério.
“Não gostei nada daquela observação. Bem podia ter-se evitado. “É pá, você queria incendiar a sala logo no início da sessão”. “Boa, Joaquim Emídio, gostei, dou-lhe os parabéns em nome da sociedade civil de Vila Franca de Xira”. Com um sorriso amarelo e, nalguns casos, com respostas de circunstância, esperei pela hora de desmobilizar e fazer-me à estrada que nesse dia tinha jantar de aniversário.
No outro dia, já refeito do meu primeiro êxito assinalável como moderador e editor, fez-se luz: José Fidalgo foi presidente da Junta de Vila Franca de Xira nos últimos três mandatos e saiu a meio do último. Quem o substituiu fez quase tudo para desvalorizar o seu trabalho. No dia do lançamento do livro, que foi anunciado quase um mês antes da data, estava a realizar-se uma assembleia municipal convocada para duas horas antes desta sessão. Por último: nas últimas eleições autárquicas o Partido Socialista perdeu a junta de freguesia para a CDU.
É difícil fazer opinião no espaço de um comentário, como é o caso, mas apetece-me deixar aqui expresso que dou tudo o que tenho e não tenho para navegar nestas águas onde posso ajudar a fazer o contraponto. JAE
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