Se eu tivesse poder de decisão na edição deste jornal como tinha quando o fundei - escrevia e editava, já lá vão quase 30 anos - mandava muitas notícias para o cesto dos papéis e não publicava fotos de gente que tem cara de parvo e pela-se para aparecer seja por bem seja por mal. Ainda bem que não sou eu que decido. Certamente que o jornal seria muito mais mal escrito e com muito menos interesse para a generalidade dos leitores.
O que é que pode fazer um jornal de proximidade pelas pessoas doentes que todos os dias, às dezenas, estão “internadas” em macas nos corredores do Hospital de Santarém por falta de camas e de condições mínimas de acesso ao Serviço Nacional de Saúde? A reportagem que O MIRANTE publica nesta edição sobre as condições em que os doentes esperam por internamento no Hospital Distrital de Santarém é obscena e deveria ser motivo para que o director do hospital pedisse contas e desse conta de vez em quando. Os hospitais deveriam ser lugares de respeito pela vida humana e pela dignidade dos profissionais que ali prestam serviço. A forma como os doentes estão a ser tratados no hospital de Santarém não é só culpa da administração do Hospital mas é à sua administração que devemos pedir contas.
Os políticos no activo da área do poder que representam a região são na sua generalidade fracas personagens. Nuno Serra, o líder, é literalmente uma figura de quinto plano na política nacional ou regional. Não lhe conheço um estado de alma nem uma medida como deputado que obrigue os seus eleitores a tirarem-lhe o chapéu. Nuno Serra pode vir a ser cabeça de lista pelo PSD às próximas eleições, como querem muitos militantes seus amigos e camaradas de luta, mas espero bem que até lá mostre trabalho e currículo (que não seja ao nível das guerras internas no Partido que são ao nível daquilo que Moita Flores tentou fazer a Ricardo Gonçalves que lhe sucedeu na Câmara de Santarém). JAE
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