A Associação de Municípios do Vale do Tejo continua sem reunir. Não há melhor exemplo da falta de responsabilidade política dos autarcas da região que tanto barafustam contra a centralidade do Governo.
Os autarcas ribatejanos criaram uma Associação de Municípios do Vale do Tejo (AMVT) para tratar, entre outros assuntos, da Colónia Balnear da Nazaré, um património avaliado em mais de cinco milhões de euros que foi encerrado em Julho de 2009 por pôr em causa a segurança dos utentes na sua grande maioria crianças. Já escrevemos neste jornal, no passado e no presente, sobre o assunto que deveria ser suficiente para envergonhar os autarcas. As últimas notícias datam do início de 2019 quando o presidente da Câmara da Nazaré resolveu dar o grito do Ipiranga. Daí para cá a AMVT nunca mais reuniu; o tanso do presidente da dita associação, Paulo Queimado, que é também presidente da Câmara da Chamusca, nunca mais convocou os seus parceiros autarcas ou mostrou preocupação por ser o líder eleito entre os seus pares. Na altura em que publicámos as notícias ouvimos cobras e lagartos de Paulo Queimado que fariam um santo corar de vergonha. E o que é que aconteceu depois das críticas demolidoras dos seus pares? Zero, bola, como diria Jorge Jesus.
Imaginem a região ribatejana entregue a Paulo Queimado e a António Rodrigues, o eterno recandidato à Câmara de Torres Novas, embora o PS em Lisboa não o leve a sério; ou os autarcas influentes e ambiciosos dentro do aparelho do PS, como é o caso de Rui Barreiro. Há aí desse lado algum leitor que reconheça num dos nossos autarcas um líder regional? Alguém que ensine Paulo Queimado a respeitar as regras da democracia e a portar-se como um Homem que faz a gestão da coisa pública? É ele o culpado por lhe terem entregue tamanha responsabilidade e não lha tirarem da mesma forma como a entregaram? Como é que se põe na ordem um analfabeto político que anda a fazer uma gestão desastrosa da Câmara da Chamusca e da Associação de Municípios do Vale do Tejo? Pergunto, mas eu próprio tenho a resposta. O rapaz é assim por culpa da família dos Silvas. E se não for culpa dessa família antiga há-de ser culpa do Mário Soares e do Francisco Salgado Zenha que já morreram e não podem acudir à pobreza de espírito dos políticos socialistas das novas gerações.
Sou contra a regionalização mas sou regionalista. Não me identifico com os autarcas que andam por aí no seu trabalho de caciques mas não os ignoro. Vou espernear aqui, ou noutra qualquer tribuna, até conseguir envergonhá-los ou fazê-los dormir menos e trabalhar mais.
Quero um Governo do país que descentralize, que promova políticas de proximidade, que acuda com urgência ao país das casas abandonadas, da desertificação, da má gestão florestal do território, da preservação dos rios e ribeiras, da reforma da Justiça e do Serviço Nacional de Saúde. Mas também quero um Governo de autarcas que se destaquem da mediocridade dos Paulos Queimados da vida.
Sirvo-me da gestão desastrosa de uma associação de municípios para vincar a minha opinião contra a regionalização mas, repito, sou regionalista; defendo a descentralização a exemplo do que o actual Governo fez com três secretarias de Estado; é preciso exigir mais a António Costa; mas não é com palavrinhas mansas nem com autarcas medíocres que não sabem os caminhos para os ministérios e na gestão da coisa pública não passam de dirigentes analfabetos. JAE.
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