quinta-feira, 24 de março de 2022

Sua excelência a hipocrisia e os 5 milhões de euros de fundos comunitários que o Ribatejo acaba de perder

 Sua excelência a hipocrisia e os 5 milhões de euros 

de fundos comunitários que o Ribatejo acaba de perder


A instalação da delegação da SEDES em Santarém não pode deixar de ser um sinal dos diabos já que acontece na semana em que O MIRANTE conseguiu confirmar a perda de 5 milhões de euros de fundos comunitários para o projecto do Centro de Excelência para a Agricultura e Agro-Indústria.


Na semana em que o poder político na região deu sinal de vida, com a instalação de uma delegação da SEDES, em Santarém, confirma-se que se perderam definitivamente os mais de 5 milhões de euros de fundos comunitários para um Centro de Excelência para a Agricultura e Agro Indústria, previsto para a antiga Estação Zootécnica Nacional. O projecto envolve os dois politécnicos da região, a Nersant, a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo e as universidades de Lisboa e Évora. O INIAVE - Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária - era o parceiro principal e, segundo tudo leva a crer, o primeiro responsável pelo facto do projecto ter ficado pelo caminho.

A instalação de uma delegação da SEDES, em Santarém, não pode deixar de ser um sinal dos diabos já que acontece na semana em que O MIRANTE conseguiu, depois de meses de insistência, a confirmação da perda dos milhões dos fundos comunitários, situação que, afinal, pela ausência de respostas às nossas perguntas, já se adivinhava. A confirmação da falência deste projecto, sete anos depois de ter sido apresentado, foi confirmada agora por várias fontes, mas continua a ser segredo para o director do INIAVE, sua excelência Nuno Canada, que não respondeu nos últimos meses às perguntas de O MIRANTE, certamente convencido que a capa de presidente de um instituto público o protege da incompetência que também deve ter tido na condução deste projecto falhado, que é mais uma derrota para a economia ribatejana e para a cidade de Santarém.

Volto à instalação da delegação da SEDES, em Santarém, porque fui lá, e encontrei felizes e engravatados muitos dos dirigentes políticos da região que são responsáveis por mais esta bordoada na nossa economia e um sinal mais do que evidente da fraca capacidade de influência dos dirigentes políticos e empresariais ribatejanos nos gabinetes dos governantes de Lisboa. Em vez de se ouvirem as vozes roucas dos protestos contra o Governo, ali representado pela ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, ficaram registados rasgados elogios, como se ela não fosse mais uma daquelas que vem à região caçar o voto e a simpatia para, logo a seguir, correr para o Terreiro do Paço onde tem os grandes assuntos por resolver. Se as palavras de elogio fossem colo a ministra Alexandra Leitão tinha regressado a Lisboa, na tarde do dia 21 de Março, mais consolada que uma pomba, daquelas que vivem no melhor dos mundos nas casas abandonadas do centro histórico de Santarém.

Pedro Ribeiro, o presidente da Câmara de Almeirim e da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, salvou a sessão da instalação da delegação da SEDES, em Santarém; meteu a boca no trombone e falou em nome de todos aqueles que estão fartos de hipocrisias, jogos de bastidores e cedências ao facilitismo. JAE.

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