Morreu Henrique Falcão Estrada, o autor do blog “Cidadão por Abrantes”. Embora fosse um cidadão que fazia tremer os políticos locais, com as suas cacetadas, não houve notícia da sua morte e da suspensão do blog.
Deixamos morrer o autor e criador do blog “Cidadãos por Abrantes” sem anunciar a sua morte ou dar-lhe duas linhas de jornal. Henrique Falcão Estrada, que não conhecia nem nunca vi mais gordo ou mais magro, era autor de um blog que se dedicava a zurzir nos políticos locais com uma regularidade de jornalista encartado.
O facto de actualizar a leitura do blog com intervalos muito grandes fez com que só há uma semana desse pela sua morte que já foi a 29 de Novembro de 2021. Aqui estou a penitenciar-me e a aproveitar a oportunidade para chamar caciques a todos os jornalistas que não tiveram coragem de escrever uma linha sobre o seu desaparecimento quando há muitos a trabalhar em Abrantes que ele citava e até elogiava. Fica aqui o recado também para os jornalistas da casa que só podem ter andado a tomar comprimidos que os impediram de saber do fim da actualização do Blog e da morte do seu autor.
Henrique Estrada deixa um repositório de textos que podem ser úteis daqui a uns anos quando alguém quiser esconder para sempre o trabalho político do trambolho do Nelson Carvalho que só não levou a Câmara de Abrantes à falência porque as câmaras recebem o dinheiro mais fácil do mundo e muito raramente um acto de gestão ruinoso é castigado com perda de mandato ou sequer com uma condenação ou indemnização pelos estragos causados ao erário público. Henrique Estrada tratava a maioria dos políticos locais por caciques e não fazia concessões. Mas atenção: só tratava assim os políticos do poder (PS) por causa da sua grande inimizade e falta de consideração por Nelson Carvalho e pelos seus apaniguados e servidores como Alves Jana e companhia. Depois Maria do Céu Antunes, e agora Manuel Valamatos, também ganharam o “estatuto”, mas outra coisa não era de esperar tendo em conta que eles próprios assumem a herança de Nelson Carvalho, que saiu do concelho logo que deixou de poder ser candidato à presidência da câmara, mas depressa voltou para se aconchegar na protecção dos seus camaradas.
Mesmo a citar a imprensa local e regional, ou os jornalistas que trabalham no concelho de Abrantes, Henrique Estrada era uma pessoa tendenciosa, um escriba que raramente elogiava quem não pertencia ao seu grupo de amigos. Serviu-se várias vezes de artigos de O MIRANTE para desancar nos seus caciques preferidos, mas nunca mais do que isso. Só lhe interessavam os textos que ele considerava que batiam no ceguinho. Já não era assim com os camaradinhas do concelho: elogiava os artigos e os jornalistas que assinavam os artigos mas agora nenhum deles teve coragem para escrever no seu jornal uma linha sobre o desaparecimento do “caceteiro” mais famoso da terra da palha doce.
Não sou leitor assíduo de redes sociais mas não desprezo o trabalho de cidadãos que resolvem aproveitar as novas tecnologias para exercerem a sua cidadania. Não concordo com quem faz do acto de escrever um acto de guerra como era, muitas vezes, o caso de Henrique Estrada e de quem o ajudava a sustentar o blog “Cidadãos por Abrantes”; mas devemos reconhecer e tirar o chapéu a quem se recusa a dormir o sono dos justos, quem não se deixa amordaçar, quem tem coragem para apontar o dedo aos dirigentes que não suportam a crítica e reagem à liberdade de opinião como os bois reagem ao vermelho do capote. JAE.
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