Pedro Ferreira andou cerca de vinte anos a lavar com água das malvas o fiofá, o olho cego, o fuleco de António Rodrigues; nos últimos anos é o inimigo público do seu ex-camarada que o quer apear do lugar e que, pela calada, lhe faz a vida negra.
Torres Novas tem um novo movimento político dirigido por António Rodrigues que, nos últimos anos, tem feito um chinfrim dentro do aparelho do PS para voltar a ser candidato à câmara. Como no aparelho do partido ninguém o leva a sério, António Rodrigues resolveu criar um movimento político em desespero de causa.
Para que os leitores percebam melhor o que vai na cabeça deste ex-autarca, a presença de O MIRANTE na conferência foi motivo para reclamar com o jornalista, apontando o dedo, dizendo que ninguém nos tinha chamado. Um rotundo convite a que fossemos à nossa vida e deixássemos os assuntos de Torres Novas nas mãos dele e da meia dúzia de amigos que, com ele, prometem acabar de vez com os mouros em território torrejano.
Conheço António Rodrigues há mais de 30 anos. Assisti a muitas iniciativas onde o antigo autarca era um cidadão no papel de ilustre presidente de câmara, para logo a seguir se comportar como um tontinho a dizer e a fazer disparates que faziam corar de vergonha.
António Rodrigues é um homem habituado às facilidades do sistema, e trata por tu muitos ex-governantes, e gente ligada a interesses económicos. Não é por lhe terem respeito que ele é tu cá tu lá com certa gente; é por não ter vergonha de exibir o ruído da sua voz e da sua presença, não ter consciência do quanto é ridículo em algumas das suas atitudes, quando usa com ligeireza linguagem chula ou a sua língua de trapos para classificar os seus inimigos políticos; quando, com as suas artes e manhas, se comporta como um artista de novela que tem que ganhar a vida representando. António Rodrigues é verdadeiramente um político sem vergonha, que ora arrota postas de pescada como daí a pouco está a pedir batatinhas aos amigos influentes.
De António Rodrigues podemos esperar tudo: as maiores baboseiras sobre um cidadão exemplar, as maiores foleirices sobre um adversário político, as maiores parolices sobre assuntos que exigem respeito e sentido de Estado. Agora que apresentou um movimento político, é mais que certo que vai ser candidato. Para perder as eleições, como aconteceu noutros tempos a Joaquim Sousa Gomes, em Almeirim, a José Cunha, no Entroncamento, a Pedro Marques, em Tomar, tudo em épocas diferentes mas pelas mesmas razões que fazem com que António Rodrigues não durma com o peso dos sonhos de voltar a querer ser presidente da Câmara de Torres Novas.
António Rodrigues sempre sonhou ser o Xanana Gusmão de Portugal, depois de perceber que não podia ser o novo D. Sancho I. Vai acabar a sua vida política a chorar baba e ranho pelo lugar de Pedro Ferreira, que ainda por cima é um homem sem vaidades, sem ressentimentos, um autarca que jamais pôs à frente dos interesses do seu concelho os seus interesses pessoais.
Não acabo sem lembrar que Pedro Ferreira andou cerca de vinte anos a lavar com água das malvas o peidador, o fiofá, o olho cego, o fuleco de António Rodrigues, ora como vereador, ora como vice-presidente da câmara. Cada um de nós que imagine até onde é possível fantasiar o que é que Pedro Ferreira viveu durante vinte anos, diariamente, aturando um camarada que desde o início de 2017 anda a fazer dele inimigo público. Pedro Ferreira pode não ser o melhor político do mundo mas é, certamente, um político de confiança, um homem honesto, uma personalidade que merece o respeito dos torrejanos. Não por acaso ganhou as últimas eleições com maioria absoluta. Não por acaso conseguiu suportar 20 anos de trabalho sob as ordens de Rodrigues, e agora faz-lhe frente, obrigando o seu ex-camarada a mostrar o quanto o Poder, para ele, tem pózinhos de perlimpimpim. JAE .
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