A administração dos CTT não tem rosto na relação com os seus clientes. Mais grave ainda: a administração dos CTT não tem estruturas intermédias que falem com os clientes, que dêem justificações formais sobre o mau serviço que prestam, que eventualmente se disponham a devolver o dinheiro pelo serviço que cobraram e que não foi realizado, entre tantos casos que são de bradar aos céus para quem não tem outro remédio senão trabalhar com os CTT.
O MIRANTE é um dos grandes clientes dos Correios. Desde a privatização que nos queixamos dos serviços. A nossa política de empresa, a exemplo da maioria da imprensa em Portugal, foi sempre seguida confiando no bom trabalho dos Correios para a fidelização dos assinantes. Quando os CTT eram empresa pública tínhamos sempre alguém do outro lado a dar a cara e a tentar remediar as situações mais complicadas. Desde que a empresa foi privatizada a relação é... tu precisas, então põe-te no teu lugar: paga e não bufes. Quem achar a linguagem demasiado chula não entende o que é editar um jornal para ser distribuído pelos CTT e, três dias depois, saber que o jornal ainda não chegou a casa dos assinantes quando há tão poucos anos chegava no dia a seguir.
Só a cobrar a nova administração é severa. Um dia de atraso no pagamento da factura e carta na hora a informar que o contrato pode ser suspenso e que vão ser lançados os juros do atraso de um dia.
O leitor está admirado com este tratamento de uma grande empresa na relação com os seus clientes? É bem pior do que aqui vai descrito. O Governo e os autarcas de todo o país sabem desta pouca vergonha. Mas veremos se o Governo de António Costa tem coragem de actuar em função dos números vergonhosos que a Anacom acaba de divulgar sobre a qualidade do trabalho dos CTT.
Comentário à notícia: https://omirante.pt/sociedade/2020-09-12-CTT-falham-servico-publico-de-qualidade-ha-4-anos-seguidos
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