É surreal a classe política não ter vergonha desta falta de sentido de Estado. Morreram 18 pessoas num acidente que podia ser evitado se o elevador da Glória estivesse a funcionar como devia, ou seja, em caso de avaria de um sistema haveria mais três para evitar a tragédia. A verdade é que não houve, segundo sabemos e foi amplamente noticiado.
Carlos Moedas é o responsável político pelo desastre do elevador da Glória que matou 18 pessoas e fez muitos feridos graves. O mundo inteiro soube deste acidente que podia ser evitado se a Carris tivesse um acompanhamento muito mais profissional aos elevadores. Na hora em que avariou não funcionaram os travões e tudo aquilo que o elevador tem para funcionar na hora em que se parte um cabo, como foi o caso. Se num caso como este os políticos responsáveis não se demitem, então é certo que a culpa vai morrer solteira. A prova de que Carlos Moedas é um político de outros tempos não deriva só de não se ter demitido; é exemplo também o facto de não ter obrigado o presidente da Carris a demitir-se, e a empresa que faz a manutenção a justificar-se ou, pelo menos, a dar a cara. Neste último caso o que se sabe é confrangedor, revela gato escondido com o rabo de fora, o que compromete ainda mais os responsáveis políticos e os administradores da Carris. Uma vergonha para Portugal, para Lisboa e para os políticos em geral.
É surreal a classe política não ter vergonha desta falta de sentido de Estado. Morreram 18 pessoas num acidente que podia ser evitado se o elevador da Glória estivesse a funcionar como devia, ou seja, em caso de avaria de um sistema haveria mais três para evitar a tragédia. A verdade é que não houve, segundo sabemos e foi amplamente noticiado.
Se Carlos Moedas voltar a ganhar a Câmara de Lisboa é caso para dizer que estamos perdidos; que os políticos podem continuar a gerir sem serem chamados a dar contas das administrações das suas empresas; que para eles tanto faz que o desastre seja a queda de um muro como a avaria num elevador que causou a morte a 18 pessoas.
Portugal tem uma classe política que em muitos casos parece de terceiro mundo. Veja-se o caso recente do cartel da banca: os bancos foram apanhados a fazer joguinhos entre eles e foram multados em quase 300 milhões de euros, que já não pagam porque os tribunais não funcionaram a tempo e o processo prescreveu. É exactamente assim que também funciona o Tribunal Administrativo onde o Estado se esconde quando um cidadão recorre à justiça. A maioria dos casos demoram eternidades a serem julgados, e o Estado ganha por cansaço dos queixosos, por, entretanto, morrerem as pessoas queixosas, ou por tantas outras razões como a falta de dinheiro para continuarem a pagar a advogados.
A ascensão da direita pífia em Portugal só se explica com as políticas pífias dos partidos políticos que dominam o Sistema. Há sondagens para as próximas eleições autárquicas na região do Ribatejo, só para falar da nossa região, que a confirmarem-se
vão deixar muita gente de boca aberta. Não vou à missa, mas se fosse rezava pela democracia e pelo funcionamento das instituições do Estado de forma que a direita pífia voltasse para dentro da farda onde se escondia. Temo que nem Deus nos salve se continuarmos a ser governados por democratas cuja missão de vida parece ser desacreditar André Ventura, que já faz da Assembleia da República o palco político para chamar a todos os seus adversários políticos a “Corja”, um termo que só abrindo o dicionário conseguimos avaliar para percebermos também o que vai ser o futuro. JAE.
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