quarta-feira, 23 de julho de 2008
Bater no ceguinho
Fui amigo do ex-presidente da Câmara de Santarém, Miguel Noras e, na altura em que ele mais precisou de solidariedade estive do seu lado contra tudo e contra todos. Cheguei a dizer-lhe que se fosse necessário empenhava as minhas barbas para o defender. Noras não se fez rogado e, nestas páginas, mandou cacetada que até ferveu contra Rui Barreiro e quem na altura procurou descredibilizá-lo. Já não tenho o mesmo relacionamento com Miguel Noras, por razões que se perceberá (eu sou jornalista a tempo inteiro e ele é político profissional) mas procurarei manter até ao fim da vida o espírito da solidariedade que na altura resolvi dar-lhe.
Um dia, se alguém escrever a história da nossa região com o que se publicou nos jornais, aproveitando a voz dos jornalistas, ninguém nos poderá acusar de termos sido jornalistas sem causas, sem amigos e sem músculo para mostrar. Não sou nem nunca fui capacho de ninguém. Quem mexer com a minha honra vai conhecer-me até a boca lhe saber a veneno que é exactamente assim que fica o meu sangue.
Se o nosso trabalho contribuiu ou não para que Rui Barreiro perdesse as eleições isso só a História o dirá. E, neste caso, também os tribunais uma vez que o ex-presidente resolveu fazer dos jornalistas de O MIRANTE o bode expiatório das suas derrotas.
O assunto vem a propósito porque na última sessão do julgamento, que decorre no tribunal de Santarém, Miguel Noras esteve à altura e repetiu tudo aquilo que é a nossa maior defesa e que prova o quanto fomos uns inocentes a escrever sobre Barreiro. Realmente, o político (zinho) que Rui Barreiro foi, e ainda é, podia ter sido um saco de porrada e nós todos apenas lhe demos umas palmatoadas.
Não é este o lugar para citar as palavras de Noras mas quero deixar um exemplo que ilustra bem algumas das canalhices que os seus camaradas lhe fizeram e até onde podia ter ido o enxovalho se, na altura, ele não tivesse uma tribuna para se defender.
Rui Barreiro trouxe de Lisboa uma funcionária que requisitou ao Ministério da Agricultura de quem fez o seu braço direito. Conheci-a bem porque ela ouviu de mim aquilo que os cães não gostam de ouvir quando, também ela, tentou intimidar-me.
Noras recordou agora em tribunal que essa senhora tinha um “espírito fabuloso” já que chegou a falar dele, que tinha acabado de exercer o cargo de presidente da câmara durante dez anos, e era presidente da assembleia municipal, como “um tal Noras que teria sido desenhador da autarquia”.
Isto é o texto de uma crónica não é um ajuste de contas. Mas passados sete anos destes acontecimentos continuo a vivê-los como se se tivessem passado ontem. E sinto cá dentro um grande orgulho por não fazer parte da carneirada que escreve de encomenda e que está sempre do lado dos mais fortes desde que estes tenham o dinheiro e o Poder.
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