Desertificação e abandono do território já não é conversa só para Trás-Os-Montes e Alto Douro, Alentejo e Beira Alta. Enquanto o concelho de Sintra é o que mais cresce em termos demográficos a meia centena de quilómetros de Lisboa há aldeias que ficam desertas e cujo casario à beira da estrada mete dó.
Com a implementação do nono mapa judiciário e a política de fecho de tudo o que é repartição pública o Governo acaba com o país real e cria aldeias de macacos, que somos todos nós, que servimos para votar de vez em quando e pagar impostos que é aquilo que estes últimos governantes melhor souberam implementar nos seus ofícios de governarem Portugal.
Esta maldade que se anda a fazer pelo país fora fazia sentido se estivéssemos a falar de economias milionárias e de reformas sem espinhas. Mas não é verdade. O que se está a passar é uma afronta à nossa interioridade; ao que de melhor Portugal ainda tem que é um país de gente humilde e hospitaleira, que cria galinhas, lava a roupa à mão, costura os fundilhos das calças até haver pano, bebe água do poço, compra na mercearia do bairro e já começa a sentir desprezo pelos belmiros e pelos espíritos santos como quando no tempo da outra senhora havia desprezo pela classe rica e abastada.
Faço coro com todos os autarcas que se sentem defraudados com este Governo e alinho com todas as organizações que prometerem dar luta a Passos Coelho e Paulo Portas para que não transformem o país num galinheiro onde, por razões de higiene, não querem viver certos médicos, juízes, jornalistas e outros profissionais que, no entanto, têm por cá a sua casa de campo. JAE
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