quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

A televisão regional


Nos últimos tempos algumas notícias no sítio online de O MIRANTE têm sido acompanhadas com vídeos. A ideia não é nada original mas está a resultar.
Portugal é um atraso de vida no que respeita aos avanços das novas tecnologias. A televisão regional em Espanha tem mais de 20 anos de sucesso. Um dia destes visitei um canal local no sul de Espanha com cerca de uma centena de profissionais. Casos destes existem às centenas no país vizinho. Enquanto a televisão regional em Portugal continua a ser uma miragem, os canais portugueses dão-nos noticiários sobre um país que não é o nosso e enchem-nos a cabeça de imagens de guerra, de traficantes de droga na Colômbia, de desastres no Brasil, de histórias de violência passadas algures no mundo, esquecendo o país real.
Com a globalização da informação toda a gente sabe que é mais fácil pôr no ar as imagens da guerra no Iraque ou dos confrontos na Palestina, ou das derrocadas no Brasil, que as imagens que retratam a realidade portuguesa que não é aquela que os fazedores de notícias fabricam quando se deslocam entre as docas de Lisboa e S. Bento. O problema é que estamos todos acomodados. Dão-nos uma televisão pornográfica com noticiário que nos escandaliza e filmes com meia hora de intervalos para anúncios e os portugueses comem e calam. Ninguém vai ali ao lado, a Salamanca ou a Badajoz, a Cádiz ou a Sevilha, para ver como se faz o mundo novo.
A televisão regional ainda é uma utopia para a maioria dos responsáveis pelo governo da nação e das autarquias. Quase todos acham que não há dinheiro nem haverá mercado. Experimentem, caros leitores, olhar à volta e perguntar para onde vai tanto dinheiro das “obras a mais” e de concursos públicos que ninguém sabe como são ganhos e com que critérios. É aí que está um dos segredos de tanta descrença. O dinheiro existe. Anda é por caminhos ínvios.

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