quinta-feira, 24 de novembro de 2022

21ª edição do Galardão Empresa do Ano foi mais uma afirmação do poder do tecido empresarial da região

Interagir com a comunidade da nossa região, com os leitores, com as empresas, as associações e as instituições em geral está no ADN de O MIRANTE desde a sua fundação.


Aproveitamos a 21ª edição dos prémios Galardão Empresa do Ano (esta edição tem informação suficiente sobre o assunto) para fazermos aquilo que sabemos fazer bem que é interagir com os empresários da região ribatejana e cumprirmos o nosso papel de jornalistas de proximidade num território que é, sem dúvida, o mais rico e importante do país. Sem economia não há vida social, económica e cultural. Os empresários são o motor de desenvolvimento de uma região. Por isso O MIRANTE voltou a distinguir as empresas do ano e vai organizar em breve mais iniciativas dirigidas ao sector que permitam conhecer melhor a região, os seus empresários e investidores.

Interagir com a comunidade da nossa região, com os leitores, empresas, associações e instituições em geral está no ADN de O MIRANTE desde a sua fundação. O Galardão Empresa do Ano tem idade suficiente para contarmos um pouco da sua história. A Nersant, na altura presidida por José Eduardo Carvalho apadrinhou a ideia, e Maria Salomé Rafael, que o substituiu na direcção, deu-lhe seguimento. E assim passaram 20 anos de trabalho conjunto. Entretanto a Nersant ficou pelo caminho como parceira da iniciativa. Deixamos este assunto para próximas edições.

Os parceiros da iniciativa Galardão Empresa do Ano continuam e certamente vão aumentar. A edição de aniversário de O MIRANTE, que constituiu a maior de sempre em número de páginas e de participção publicitária, é a prova da força de O MIRANTE e da sua importância na região. A postura editorial de O MIRANTE, que se assume como um jornal ao serviço da região, sem deixar de ser um jornal que faz o escrutínio dos vários poderes, não nos fragiliza, pelo contrário, ajuda-nos a fazer a diferença e a sustentar o nosso prestígio.

O MIRANTE tem um caderno de economia que quase nasceu com o jornal. Não fundámos um jornal sem ter a certeza que tínhamos empresários do nosso lado. Hoje somos o único jornal em Portugal que mantém um caderno de classificados que ainda se pode chamar assim. Os jornais nacionais que nos faziam concorrência, que em trabalho de telemarketing assediavam os nossos anunciantes dos classificados, ficaram pelo caminho, evaporaram-se, e nós continuamos, e vamos crescer se a guerra na Ucrânia não nos tramar, já que da pandemia parece que estamos quase safos.

Em tempo de guerra não se limpam espingardas. Por isso, enquanto a Rússia e a Ucrânia puserem em causa a paz mundial vamos continuar a trabalhar seguindo o velho ditado que nos ensina a ter cuidados redobrados e a não baixar os braços; muito menos deixar de investir no nosso trabalho, nas nossas relações de proximidade, no que somamos a nosso favor em 35 anos de trabalho e dedicação a um projecto editorial único em Portugal. Vamos continuar as parcerias que temos, nomeadamente, com a Impresa, dona do Expresso e da SIC, assim como continuaremos a desafiar os leitores a ajudar a escrever O MIRANTE no papel e online. JAE.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

As crises também servem para separar o trigo do joio

Enquanto houver democracia nada está perdido. As crises servem muitas vezes também para separar o trigo do joio. Uma crise não é uma guerra embora para muita gente esta ideia lhes seja conveniente.


Esta semana O MIRANTE ganhou um caso em tribunal de que daremos conta em breve. O caso envolve dívidas que o tribunal reconheceu e que os devedores acharam por bem contestar.

A vida de um jornal não se faz só de notícias e do trabalho editorial que sai dos teclados dos computadores dos jornalistas. A prova está aí para quem tiver os olhos abertos: a crise mundial está a afectar a comunicação social de todo o mundo, a fechar gráficas, a aumentar o preço do papel e dos produtos ligados à impressão de jornais de uma forma assustadora e fatal para muitos títulos. Em Portugal já fecharam, nos últimos cinco anos, mais de metade dos títulos de jornais locais, uma vez que os regionais como O MIRANTE já fecharam em crises mais recentes, e os que ainda sobrevivem podem contar-se pelos dedos de uma mão e ainda sobram dedos.


Enquanto houver democracia nada está perdido. As crises servem muitas vezes também para separar o trigo do joio. Uma crise não é uma guerra embora para muita gente esta ideia lhes seja conveniente. Esta semana comemoramos 35 anos e ao longo destas três décadas e meia vivemos muitas crises e nunca deixamos de crescer, de cimentar conhecimentos, de aprender a fazer diferente, a emendar a mão quando foi preciso. É verdade que já não imprimimos 40 mil exemplares como chegou. Mas nessa altura não havia Internet nem redes sociais. Por isso fizémos grandes campanhas de assinaturas de que ainda hoje tiramos proveito porque o jornal é conhecido e reconhecido muito para além da nossa região. Hoje, com menos de metade da tiragem dos anos dourados, chegamos ainda a mais leitores; a edição online faz com que sejamos lidos em qualquer parte do mundo e as nossas notícias sejam escrutinadas com a mesma atenção que nós escrutinamos os poderes locais e regionais. 


Esta semana, no dia após o aniversário do jornal, voltamos a prestigiar a vida empresarial da região ribatejana organizando o Galardão Empresa do Ano pela 21ª vez. Faço questão de agradecer publicamente aos patrocinadores do Galardão porque um jornal não é só uma redacção e muitos jornalistas com sangue na guelra. Por trás de uma organização empresarial, mesmo um jornal que se orgulha do serviço público que vai prestando, há uma empresa, uma administração que toma decisões, e um conjunto de parceiros que garante, com a publicidade que paga a independência que um jornal precisa para que a democracia não seja uma palavra vã e os jornalistas possam orgulhar-se de serem um dos garantes de todas as liberdades democráticas. JAE.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

O perigo de estar em forma e com vontade de trabalhar

Outra vez os nossos 35 anos de O MIRANTE, as leituras, e tudo o que aprendemos no que lemos e do exemplo que os outros nos deixaram como legado. Tal como dizia Fernando Pessoa “a literatura é a prova de que a vida não chega”.

Há muita gente que gosta de nós, diz a Joana que entrou no meu gabinete para me contar mais uma das suas importantes experiências enquanto fecha mais uma edição de O MIRANTE. De repente a história feliz dá lugar a uma outra infeliz, de alguém que, não sabendo com quem está a falar, diz que não precisa de informação, que as notícias dos jornais não lhe interessam e que os jornalistas são todos uns aldrabões.

Se até os eremitas de vez em quando gostam de descer à cidade, e os deuses zangam-se com os anjinhos que somos nós, como é que podemos querer que os jornalistas, que regra geral são os mensageiros indesejados, sejam bem aceites na comunidade?

Escrevo sobre trabalho mais uma vez, e em causa própria, na semana em que preparamos a cerimónia do Galardão Empresa do Ano e fechamos a edição de aniversário. 35 anos que passaram a correr, que deixaram muita história para quem nos leu e acompanhou ao longo dos anos, mas que a mim, em particular, até parece que foi ontem e ainda está tudo por fazer.

Experimento essa sensação de dever por cumprir a cada dia que regresso de uma longa viagem, seja física ou espiritual. Na cidade onde cheguei há cerca de um mês comprei um livro de Rosa Montero que conta uma história baseada na vida de Marie Curie, uma mulher sábia incomum que ganhou duas vezes o Prémio Nobel, da Física e da Química. Assim que comecei a ler o livro percebi que o texto me era familiar. Mas como li outros livros sobre Marie Curie da mesma autora pensei que era a minha memória que ainda estava em boa forma. No final, por um acaso, percebi que fui enganado pela capa do livro e que não era aquele título que eu andava à procura da autora de "A Louca da Casa" e "El peligro de estar cuerda", o livro que falta traduzir em português.

Foi já no final do livro, que reli no tempo de uma semana de piscinas, que percebi que aquele amor de Marie Curie pelo seu marido morto num acidente de automóvel, estava contado de uma forma que não conhecia e que é surpreendente para uma mulher com uma inteligência assombrosa, que deu a vida pela descoberta do rádio e do polónio, que deram origem à descoberta do raio-x, que haveria de começar a salvar vidas. Tanto ela como a sua filha, também cientista, acabaram por morrer prematuramente devido aos altos índices de radiação que sofreram enquanto estudavam e faziam experiências.

Mas foi o amor por Pierre Curie, seu marido e colega de ofício, que marcou a vida desta mulher extraordinária que ficou para a história pelos motivos que cito em cima. No dia em que acabei de ler o livro reli um texto sobre outra grande paixão que uniu Hannah Arendt, uma das mulheres que mais debateu os horrores do Nazismo com o filósofo Martin Heidegger, seu antigo professor e amante, mas um seguidor de Hitler e das ideias e pensamentos nazistas. Dezassete anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, depois de seis milhões de judeus assassinados, Hannah Arendt ouviu do seu antigo e apaixonado professor, a confissão de que era um homem politicamente inocente. George Steiner, o crítico literário mais influente dos nossos tempos, assinou esta frase que bem podia ser escrita no túmulo do autor de Ser e Tempo: “o maior de todos os Pensadores e o mais pequeno de todos os Homens".

Volto ao início; no dia em que festejarmos 35 anos de publicação ininterrupta, de sairmos com mais duas edições na mesma semana, e já a trabalharmos ao ritmo de um jornal diário, com actualizações no online que fazem de nós um jornal de referência, vamos voltar a mudar de gráfica, teremos de volta o sítio que nos piratearam no início de 2022, e a equipa reforçada tanto a nível editorial como comercial. No resto vamos seguindo o conselho do antigo e saudoso jornalista Alberto Dines: "procura fazer o melhor jornal que puderes; se achas que já fizeste está na hora de mudar". JAE.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

35 anos de O MIRANTE e a política de assinaturas

No dia seguinte ao 35º aniversário de O MIRANTE vamos iniciar uma campanha de angariação de assinantes para o jornal online que vai fazer toda a diferença. O facto de trabalharmos num sítio aberto não impede que não comecemos a privilegiar os assinantes.


O MIRANTE festeja 35 anos a 16 de Novembro e no dia 6 de Janeiro faz um ano que está a trabalhar em cima de um sítio provisório devido a um ataque informático que fez história, já que atingiu o Expresso e a SIC em cuja plataforma estamos alojados numa parceria com a Impresa que já dura há quase duas décadas.

Apesar das condições precárias em que temos trabalhado online ganhamos leitores e tivemos um aumento de páginas vistas na ordem dos 50% em relação ao ano anterior.

Este ano não cantamos os parabéns pelas razões evidentes mas vamos aproveitar o facto de sermos líderes na informação regional para assumirmos, ainda com mais determinação, o trabalho de produzirmos informação de proximidade, que prestigia e dá visibilidade nacional e internacional às iniciativas da região ribatejana, assim como aos seus protagonistas, entre os quais se contam em maior número os políticos, empresários e dirigentes associativos.

No dia seguinte ao aniversário vamos iniciar uma campanha de angariação de assinantes para o jornal online que vai fazer toda a diferença. O facto de trabalharmos num sítio aberto não impede que não comecemos a privilegiar os assinantes de forma a que sejam os primeiros a ler as nossas notícias, sempre alguns dias antes de serem publicadas na íntegra para todos os que escolhem o nosso sítio para se informarem sobre as notícias na região. Desde a sua fundação que a política de assinaturas de O MIRANTE foi sempre a de preços baixos. É assim que vamos continuar na nova era da Internet, proporcionando a leitura do jornal online a preços baixos de forma a mantermos a coerência da nossa política de assinaturas. E sempre que possível manteremos o sítio aberto a todos os leitores, estejam onde estiverem, no Ribatejo ou no fim do mundo, desde que tenham interesse pelas nossas notícias.


Escrevo esta crónica ainda a viajar com livros debaixo do braço numa altura em que os livros já pesam mais do que a roupa que trouxe na mala. Se estivesse a passar férias em Paris, Estocolmo ou Madrid a coisa resolvia-se mais facilmente porque a oferta é muito menor. Viajar para o outro lado do oceano, onde a literatura em língua portuguesa, incluindo a estrangeira traduzida, tem uma força incomensuravelmente maior que em Portugal, é um cabo dos trabalhos. E quanto mais velhos vamos ficando mais sentimos a urgência de ler os livros adiados, os autores que temos como referência, mas cuja obra só conhecemos em parte. Há cerca de um mês que em vez de fazer piscina ou fazer quilómetros à beira da praia na minha moto, passo os dias a ler nas livrarias e nas bibliotecas, algumas vezes na praia porque um homem não é de ferro. Ainda não parti e já penso em voltar. Abençoados livros que são o melhor pretexto para viajar sem o sentimento de culpa por deixar o trabalho mais pesado para os mais novos. JAE.