quinta-feira, 27 de junho de 2013

Um exemplo para o País

A Câmara de Vila Franca de Xira atribuiu quase um milhão de euros em subsídios às associações do concelho. Fui ver a cerimónia da assinatura de alguns protocolos. Estavam lá todos ou quase todos; políticos e dirigentes associativos. Embora nem todas as caras me sejam familiares com alguma ajuda vou sabendo quem é quem. E percebo a excelente forma como Rosinha acaba o seu mandato à frente da autarquia. Já no final da cerimónia, com um cachecol de uma associação local ao pescoço, Rosinha ouve os elogios mais afectuosos. Minutos antes tinha acabado de “atingir” com uma indirecta um dirigente associativo que a veio cumprimentar meio comprometido. Olhe que eu quero saber tudo por si e não quero recadinhos ouviu?... Sim senhora presidente, fique descansada! Sacanas, não sabem separar a política do trabalho associativo, desabafou já com o seu interlocutor à distância. No pouco tempo que convivemos Maria da Luz Rosinha mostrou que está em forma e que faz toda a diferença entre aqueles que estão na política para servirem e os que vão para a política para enriquecerem. Rosinha faz ainda a diferença em relação aos seus camaradas de partido (PS) de algumas autarquias da região ribatejana: em comparação com muitos que estão no Poder e outros que foram apeados por manifesta falta de competência e qualidades humanas. Numa altura em que a classe política anda pelas horas da amargura parece-me justo deixar aqui um bom exemplo de liderança num concelho que em termos de gestão é um exemplo para o país. JAE

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Uma terra de papalvos

É ridícula a discussão da ligação entre a organização da Feira do Ribatejo e a cidade de Santarém. É ridícula e dá vontade de rir. Moita Flores bem tentou abanar o sistema mas depressa percebeu que tinha que dar o flanco. E perdeu a guerra, ou seja, a cidade perdeu mais uma oportunidade de ter alguém com estatuto que a defenda de uns tipos oportunistas que fazem a gestão de um espaço a pensarem no lucro de uma Feira que herdaram de gente de bem, bairrista, que fazia tudo a pensar na cidade e naquilo que a Feira podia ajudar a cidade e quem nela vive e investe.
Uma vez por ano a administração do CNEMA mostra-se ao país ao lado de gente do Governo, sejam eles quem forem, e marimbam-se para os interesses da cidade e da região. A Câmara de Santarém tinha obrigação de lançar um debate público sobre a organização da Feira e os interesses que estão instalados no CNEMA. Ludgero Mendes fez bem em não se calar. Mas é muito pouco criticar; é preciso partir a loiça e desmascarar os interesses instalados;
Não só em nome de Santarém; também em nome de uma região que merece muito mais que uma Feira organizada por uns senhores cuja fixação é aumentarem de ano para ano o número de visitantes com um programa recheado de artistas. São todos uns papalvos e nós somos como eles que corremos atrás dos foguetes e ainda apanhamos as canas. JAE

quarta-feira, 5 de junho de 2013

João Maurício

Este comentário é da hora do almoço da passada segunda-feira  3 de Junho. O relatório de um colega de trabalho informava que não tinha sido possível chegar à conversa com determinada pessoa porque entretanto tinha falecido um seu sócio. Perguntamos se era o senhor João Maurício e a resposta foi um encolher de ombros.
Chegamos ao local de trabalho, que não o da mesa do almoço, e fomos à procura da notícia. Chegou sem surpresa porque a conversa já o fazia adivinhar; um dos administradores da Naxol, João Maurício, faleceu no passado dia 2 de Abril. Não éramos íntimos mas éramos amigos há muitos anos. A Naxol é parceira deste jornal quase desde a sua fundação. E o Senhor João Maurício era, inclusive, dirigente associativo. A sua morte passou despercebida. Deixamos de o ver nos locais habituais mas nada mudou à face da terra. Nem demos pela sua falta. Como ele provavelmente não daria pela nossa se fossemos nós a morrer de um dia para o outro.
O MIRANTE é um jornal regional com pretensões a ser local desde Mação até Vila Franca de Xira. Há mais de 20 anos que esta mensagem é passada todos os dias a quem trabalha neste jornal seja na redacção, no sector comercial ou administrativo. Temos afirmado a nossa diferença ao longo dos anos mas mesmo assim ainda temos muito caminho para fazer. Dito de outra forma: quando alguém que trabalha num departamento importante desta empresa acha que não é notícia a morte de um empresário que era nosso parceiro e nosso amigo chegamos à conclusão que uma só vida é muito pouco para nos fazermos ouvir nas questões mais importantes.
Como ainda não desistimos, e sabemos reconhecer as nossas limitações, que são muito mais fáceis de resolver que algumas doenças que levam à morte física, fazemos do nosso trabalho matéria para o comentário da semana. É, de certa forma, uma homenagem à memória de João Maurício. Não éramos íntimos nem nada parecido mas o Senhor Maurício era uma pessoa de quem gostávamos e a notícia da sua morte deixou uma amargura que faz doer. JAE