quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

O Natal é todos os dias menos nas redes sociais

Para mim o Natal sempre foi sinónimo de paz e não de festa.

Festejei o Natal com um resfriado que me tirou o prazer de saborear o vinho e a aguardente na noite de Natal mas não os filhoses que foram os melhores que comi nos últimos anos e me fizeram lembrar aqueles que a minha mãe fritava quando era criança. Desta vez não fiz da água de cozer os grelos a melhor  bebida para acompanhar a refeição da noite de Natal porque encomendei grelos de nabos e venderam-me grelos de couves. Para mim o Natal sempre foi sinónimo de paz e não de festa. Uma contrariedade em tempo de Natal não me tira do sério. No Natal tenho menos fome e menos vontade de viajar. Se bem me lembro nunca passei um Natal ou festejei a passagem do ano fora de casa.  Há uma razão acima de todas as outras que tem a ver com a minha personalidade: sempre trabalhei quando os outros festejavam, mesmo quando era criança e adolescente; o trabalho para mim sempre foi sagrado tanto quanto os dias santos. Há prendas de Natal no meu imaginário mas não foram importantes para a minha infância; começaram a ser quando chegou o tempo de oferecer prendas aos meus filhos. Mesmo assim não me posso gabar de ter sido um bom Pai Natal.

Neste Natal vi uma pessoa apanhar uma beata do chão e levá-la directamente à boca e fumá-la com um prazer de quem tinha saudades de um cigarro. Fiquei a pensar no assunto; uma coisa é saber que há pessoas que fumam as beatas dos outros, outra coisa é presenciar uma situação de extrema pobreza e necessidade que, neste caso, também me pareceu derivada de transtornos psicológicos. Foi uma cena que me abanou. Ninguém sabe para o que está guardado.

Neste Natal ligaram-me a perguntar como me encontravam nas redes sociais. A resposta foi a mesma de sempre: eu estou lá mas não estou. De verdade nunca postei um texto ou uma foto numa rede social, nem sobre o meu trabalho nem sobre a minha vida, os meus gostos e preferências. As redes sociais são, regra geral, os lugares mais mal frequentados da nossa sociedade. É por lá que as pessoas destilam veneno, abusam dos direitos de autor, escrevem o que depois não são capazes de assumir publicamente e até lhes causa pesadelos; é nas redes sociais que as pessoas dão a ver o veneno da sua boca, mas também de quanta ignorância é feito o seu padecimento.  

Neste Natal, como em todos os outros, enviei uma dúzia de mensagens a uma dúzia de amigos para não ser mal agradecido; para mim o Natal é todos os dias; e para manter o espírito todo o ano preciso de viver o Natal como eu gosto e não como os outros vivem e gostavam que eu também o vivesse. Neste Natal reli e ofereci um dos livros do ano. Na próxima semana deixo a dica dos livros de 2021.



Na passada semana fiz aqui um elogio a Maria José Morgado que, entretanto, deu uma entrevista ao jornal Público e à rádio Renascença que merece ser lida por quem se interessa pelos fenómenos da Justiça. Deixo aqui um pequeno texto de resposta a uma pergunta que fala de “cultura de impunidade que existe há muitos anos, de nepotismo, amiguismo e que tem feito de Portugal um país pobre e atrasado, dominado por fenómenos de corrupção e fenómenos próximos da corrupção. A corrupção tem laços com outra criminalidade, é sempre instrumental. Em termos de legislação, tem sido feita uma legislação transbordante que em nada tem contribuído para a eficácia. Bem pelo contrário, tem contribuído para um hipergarantismo que conduz ao atraso, à morosidade mórbida dos processos, nomeadamente à dificuldade de recolha de prova e produção de prova em julgamento. Os próprios governos nunca estabeleceram um organismo com efectivos poderes de prevenção. Foi agora criado ( : ) o mecanismo nacional anticorrupção, que entrará em vigor em Maio. Segundo o decreto-lei que li, será uma coisa mastodôntica, ultraburocrática, um carro com rodas quadradas que visa substituir o Conselho para a Prevenção e Combate à Corrupção e que comete os mesmos erros. Tem no seu corpo a representação de todos os inspectores-gerais de todos os ministérios, o que conduz a uma governamentalização e dificuldade de funcionamento enorme”. Para bom entendedor meia palavra bastava. JAE.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Maria José Morgado é uma mulher admirável

Maria José Morgado pediu para que “libertem Portugal da corrupção” depois de receber uma distinção em que reconheceu sentir-se embaraçada “na medida em que a luta pela integridade, pela ética, é como o ar que respiro”, afirmou.

Sou admirador de Maria José Morgado que conheço há muitos anos mas com quem nunca falei. Leio o seu artigo semanal no Expresso, às vezes com semanas de atraso, mas leio sempre. Não há na sociedade portuguesa quem, melhor do que ela, publicamente, escreva e pense a Justiça e as questões do sector.

Há muitos anos que moramos no mesmo bairro e nos encontramos regularmente à saída do supermercado ou do ginásio. Maria José Morgado é uma figura admirável da sociedade portuguesa mas passa despercebida com facilidade nos locais por onde se movimenta. A sua figura discreta, singela, pequena mas elegante, também ajuda. Maria José Morgado tem um ar aparentemente impenetrável, mas só aparentemente; na realidade é uma pessoa de trato fácil, simples e directa, com essa qualidade humana, hoje quase fora de moda, de não se exibir nem ter comportamentos de figura mediática. O facto de nunca a ter abordado joga a seu favor: como não tenho nada de importante para lhe dizer, a não ser fazer-lhe o elogio que todos lhe devemos, limito-me a partilhar com ela o espaço público onde nos movimentamos e cada um procura ser feliz e sentir-se em liberdade.

Maria José Morgado acabou de ser premiada pelo seu trabalho no combate à corrupção numa cerimónia realizada na Fundação Champalimaud, em Lisboa, a magistrada recebeu o prémio “Tágides 2021”, promovido pela “All 4 Integrity”, o primeiro galardão anticorrupção atribuído em Portugal e que tem como finalidade e objectivo reconhecer o trabalho de pessoas activas no combate à corrupção. A magistrada do Ministério Público foi agraciada com dois prémios nas categorias “Iniciativa Política” e “Investigação” e dedicou a distinção “à sociedade civil anónima, sofredora, combativa”, que quer “lutar pela igualdade com critérios de ética e transparência”. A frase que marcou a cerimónia, e que foi notícia na grande maioria dos órgãos de comunicação social, espelha bem o seu carácter e a sua personalidade. “Libertem o meu país da corrupção”, pediu, depois de se reconhecer “embaraçada” por receber um prémio que lhe pareceu despropositado, “na medida em que a luta pela integridade, pela ética, é como o ar que respiro”, afirmou.

Entre os vencedores estão também Joana Marques Vidal, Procuradora-Geral da República entre 2012 e 2018, vencedora na categoria “Sociedade Civil”, Manuel Rui Nabeiro, na categoria “Iniciativa Empresarial”, e o informador Rui Pinto, que recebeu uma menção honrosa na categoria “Iniciativa Jovem”. JAE.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

O que fazemos da vida que não seja só ler e escrever

Os sobreiros, que permitiam uma biodiversidade e uma geografia única do território ribatejano, estão a desaparecer lentamente e vão desaparecer definitivamente porque os nossos governantes não têm ideia de como se governa um país e os interesses das populações.

“Se surgir algum momento de plenitude, conclua sempre com a consciência de que o tempo o corrompe, assim como tudo corrompe”. Gozo o prazer de viver num hotel durante quase um mês a ler e reler os escritores da minha vida, alguns deles que também viveram em hotéis como se fossem o prolongamento dos personagens dos seus livros. A frase que inicia esta crónica é roubada de mil páginas de livros, jornais e revistas que abro diariamente no computador, e que me chegam de mãos que exercem o jornalismo mas também a crítica literária, o ensaio e a opinião, cada vez mais em todas as línguas porque o Google melhorou substancialmente a sua ferramenta de tradução.

É sobre isso que penso enquanto revejo o meu plano para replantar as minhas árvores à beira do Tejo, quando nesta altura durmo à beira do Guaíba. A informação que me é oferecida todos os dias e todas as semanas chega e sobra para ficar minimamente informado sobre o que se passa no mundo. Claro que é o mundo dos outros; nunca encontro nas pesquisas dos motores de busca os fenómenos do Entroncamento ou os problemas com as barreiras de Santarém ou a transformação da charneca ribatejana num território árido ou o assoreamento perigoso do Tejo devido à erosão dos territórios que são cada vez mais eucaliptais a perder de vista. Os sobreiros, que permitiam uma biodiversidade e uma geografia única do território ribatejano, estão a desaparecer lentamente e vão desaparecer definitivamente porque os nossos governantes não têm nenhuma ideia de como se governa um país e os interesses da população. E um dia destes a água do Tejo vai saltar do leito devido ao assoreamento do rio como a água sai da banheira lá de casa quando nos esquecemos da torneira aberta. O que se passa no Alentejo, e começa a ser notícia em todo o mundo, para nossa vergonha, devia servir de exemplo aos políticos da região ribatejana que deviam unir-se para termos uma região pensada, e um território organizado e governado segundo os nossos interesses e não os interesses do dinheiro sem rosto.

Enquanto leio as notícias actualizadas de O MIRANTE logo pela manhã, leio também as manchetes do Expresso e do El País e de outros jornais, depois de já ter lido no correio meia dúzia de resumos do que se publica pelo mundo e que era tão importante aprofundar se eu tivesse o dom de fazer parar o tempo.

Quando viajamos, e saímos da nossa zona de conforto, tudo se torna mais claro: a vida só vale a pena se não ficarmos parados no tempo a somar histórias de diminuir. Falo da vidinha a tratar dos assuntos que nos consomem os neurónios e são sempre os mesmos: gerir as poupanças, a beira no telhado, os amores filiais, enfim, aquilo que nos faz tropeçar embora não nos faça cair e partir o nariz.

Era aqui que queria chegar quando iniciei a escrita desta crónica; estou a preparar-me para partir o nariz quando regressar de novo ao trabalho; já tinha prometido que ia esperar que o Tejo saltasse as margens ou o Nabão virasse uma linha de esgoto, mas acho que não vou esperar nem que comecem a cair as chuvas do Inverno. Vou começar a sonhar tudo de novo para contrariar a ideia de que todos os momentos de plenitude, um dia, serão corrompidos. E para começar como iniciei, roubo do El País uma frase de um longo texto que me dá a conhecer os 50 melhores livros do ano, que fala do trabalho do escritor Luis Landero que, durante a escrita do seu novo livro, “Jardim de Emerson” “dá a impressão de não saber para onde vai, mas que volta, uma e outra vez, para nos contar sobre o mais importante: o complexo, emocionante, cansado e absurdo que é o trabalho de viver”. JAE.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

A opinião também tem um preço

Estamos a mil à hora para as eleições legislativas e com pressa de despacharmos as listas dos deputados que vão gerir os lobys instalados. Aparentemente vai mudar tudo de alto a baixo; na realidade vai ficar tudo na mesma; esta é só mais uma contribuição para discutirmos a região e os interesses instalados nos partidos, onde faltam líderes locais carismáticos e sobram artistas e mágicos dos negócios.

Cada vez que se realizam eleições temos oportunidade de olhar melhor para dentro das organizações partidárias e perceber a evolução da democracia no nosso país. Não é preciso morar em Lisboa, no Largo do Rato, sede do PS, ou na Rua de S. Caetano, sede do PSD, para sabermos o estado da Nação: os partidos mantêm uma máquina dirigente que se eterniza porque estão endividados, falidos e não podem entregar as suas contas nas mãos de pessoas que não as percebem nem querem perceber. E é perigoso tirar o poder num partido a um dirigente que usou todas as estratégias possíveis e imaginárias, à margem da lei, para financiar campanhas e ter dinheiro para as empresas que ajudam a ganhar eleições e a promover as imagens dos líderes.

A nível local e regional a escolha de deputados para as listas é outra oportunidade para vermos e avaliarmos o que representa ser deputado nos dias de hoje; nada evoluiu nas últimas décadas; a Assembleia da República é como um clube de futebol rico. O plantel principal tem meia centena de jogadores mas só 11 é que jogam. No máximo o treinador conta com 20 jogadores. Os outros 30 foram negociados para alimentarem os agentes, para pagar favores a outros clubes, para manterem uma estrutura pesada e pouco dinâmica e assim os dirigentes terem margem de manobra para as suas manigâncias.

Já sabemos que a CDU vai ter o António Filipe como cabeça-de-lista, um jovem promissor que certamente vai ajudar a lançar muitos novos dirigentes locais e regionais em defesa das regiões e contra o centralismo. Estou a fazer humor, como é evidente: António Filipe é mais do mesmo; em vez de estar a passar a pasta para gente mais jovem, e envolver novos dirigentes, está agarrado ao poder como uma lapa: nada que não conheçamos dos outros partidos.

O PSD distrital tem uma malapata contra o deputado Duarte Marques, de Mação, que é de longe, nos últimos anos, um dos melhores deputados da região independentemente dos partidos. É um deputado com opinião, que não foge às polémicas, que é detestado por alguns dirigentes dos partidos adversários que vêem nele um tipo que mete o dedo na ferida e sabe usar os seus conhecimentos para fazer sangue. Nunca convivi com Duarte Marques, nem me sentei à mesa com ele, mas não sou cego; ele é o político da região que faz abanar o sistema, que se põe do lado dos opositores, que sabe tratar os assuntos que alguns deputados nem sabem que existem. Sei do que falo: Duarte Marques já levou à Assembleia da República questões relacionadas com a lei da publicidade e a falta de cumprimento do Governo que envergonha a democracia e os governantes socialistas. Por isso é que ele é detestado pelos socialistas, e dirigentes do seu próprio partido; os socialistas acham que ele é terrorista; os seus camaradas acham que ele é tão bom a fazer política que é um perigo para a sobrevivência da espécie daqueles que são deputados como poderiam ser carne para canhão.

O Bloco de Esquerda, que nas eleições locais não consegue fazer campanha de jeito, como aconteceu no Entroncamento, onde o PSD renasceu das cinzas embora com a mesma bruxa de sempre, e o BE perdeu o seu vereador, também volta a apostar na divisão contra o centralismo do partido a partir de Lisboa. Mas o Bloco é um caso à parte. O partido ainda é metade UDP e outra metade melancia com presunto, para usar um termo que ouvi ontem numa palestra sobre José Saramago, o escritor da Azinhaga, essa terra desconhecida, de uma região que não está no mapa. JAE.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Exercer a cidadania é ganhar batalhas para um dia vencermos a guerra

Está instalada na classe política, principalmente nos políticos do arco do poder, a ideia e a convicção de que a cidadania é ter as pessoas a meterem o nariz onde não devem. Nada mais errado.


O MIRANTE entregou os prémios Galardão Empresa do Ano e Personalidades do Ano com uma presença muito significativa de convidados apesar de ainda estarmos em pandemia. O êxito da nossa iniciativa está firmado. A prova foram as intervenções e o nível dos premiados.

O Galardão Empresa do Ano teve pela primeira vez um novo formato e a abrangência a toda a nossa área de influência. Não tivemos ministros na cerimónia, mas tivemos as pessoas importantes que trabalham no nosso território. A entrega dos prémios Galardão Empresa do Ano nunca foi uma cerimónia para lançar balões, trinchar carne à mesa ou fazer conversa de babete ao peito. Se alguma vez aconteceu não fomos nós que pagamos o jantar.

Apesar de sermos uma região onde trabalham grandes empresas, como é o caso da OGMA, que foi uma das premiadas, temos que reconhecer que somos uma grande maioria de pequenos e médios empresários que fazemos girar o país criando emprego e pagando impostos. É assim desde o 25 de Abril. Portugal não cresceu porque a SONAE e a Jerónimo Martins começaram a comprar aos produtores borregos e vitelos para engorda antes de os enviarem para o matadouro e a carne chegar aos talhos das suas lojas. Portugal não cresceu porque os chineses compraram a EDP e os bancos estão quase todos nas mãos de capital estrangeiro. Portugal cresceu porque os pequenos e médios empresários portugueses são gente de raça e têm ainda sangue celta nas veias. Não chega. Temos gente muito medíocre no Governo a tratar dos nossos assuntos nomeadamente no sector económico. Basta ver o que tem acontecido à região ribatejana antes e depois da pandemia. Temos aldeias desertificadas a 50 quilómetros de Lisboa. O concelho de Sintra continua a crescer exponencialmente e as freguesias de Azambuja, Cartaxo, Santarém, Alpiarça e Chamusca, só para citar algumas que ficam mais perto, estão a cair na pobreza confrangedora de falta de população e de serviços essenciais.

Anda muita gente inábil e distraída por aí, a representar-nos como dirigentes associativos, sem perceberem que não há, nem haverá,  empresas nem empresários de sucesso, onde não há poder de compra, e muito menos onde não há pessoas a viverem para sustentarem a mão-de-obra de que as empresas precisam. Quem são os dirigentes empresariais que têm coragem para se unirem e exigirem ao Governo que apoie os municípios a construírem habitação social para atraímos população, darmos vida às vilas e aldeias, revitalizarmos o país que nasceu com o 25 de Abril e está a ficar outra vez com os vícios dos tempos que cheirava a mofo?

Os empresários não são organizações do pontapé na bola; o que nos une é a luta contra o centralismo do Estado, os burocratas e os lobistas instalados no IEFP, no IAPMEI, em TODOS os organismos do Estado que seria fastidioso enumerar. Não esqueço o IEFP que é talvez o verdadeiro Ministério das Finanças dos organismos do Estado e que tem mais dinheiro para distribuir que, em certos anos, a Casa da Moeda. Infelizmente o IEFP é gerido por gente incompetente e funcionários pouco zelosos a confiar no que vamos sabendo.

Não tenho dúvida de que se os pequenos e médios empresários, que são a grande maioria da força empresarial em Portugal, estivessem melhor organizados em associação, outro galo cantaria nas repartições dos organismos públicos e, quem sabe, nos ministérios onde os chefes sem rosto mandam mais que os ministros. Os pequenos e médios empresários sempre foram e vão continuar a ser o farol da nossa economia; são eles que dão corpo às instituições de proximidade, que dão emprego, que proporcionam que o Governo não fuja com os médicos, com os centros de saúde, com o serviço público a que está obrigado, nas áreas que referi mas também nos transportes, no apoio ao ensino e à prática da cidadania. Está instalada na classe política, principalmente nos políticos do arco do poder, a ideia e a convicção de que a cidadania é ter as pessoas a meterem o nariz onde não devem.

A nossa missão como jornalistas, e cidadãos que têm o privilégio de acompanhar a vida pública, é demonstrar o contrário: trabalhar sem amarras e sem cedências àqueles que ficaram parados no tempo e não querem que os perturbemos na sua santa ignorância. JAE