quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Santarém não se discute

Santarém é a capital do distrito mas não parece a confiar no debate político que está pela hora da morte. Quase 20 anos depois de ter perdido as eleições para a câmara Rui Barreiro ainda é o Soba dos socialistas escalabitanos. 

O debate político está pela hora da morte; Santarém não se discute como não se discute a política na Barquinha ou em Alcanena, no Cartaxo ou em Azambuja. Não há massa crítica que sobreviva depois de umas eleições em que um partido ganha o Poder. Falo de Santarém porque é a capital do distrito. O actual presidente da câmara, Ricardo Gonçalves, herdou uma autarquia minada por Moita Flores, que deixou a câmara pior do que a tinha herdado de Rui Barreiro. Não vou fazer ainda o escrutínio do reinado de Ricardo Gonçalves, mas vou deixar aqui escrito preto no branco que dificilmente Santarém muda de cor partidária nas próximas eleições. Santarém não se discute, repito, é tudo igual ao quilo; se um socialista importante no aparelho precisa de emprego na Câmara de Santarém para a sua mulher ou prima, quem entra em acção e vai pedir batatinhas é Rui Barreiro. E isto é só um exemplo. Ninguém dá por isso, mas o PS de Santarém ainda é gerido pelo homem que perdeu a câmara há quase 20 anos para o PSD, e quatro anos antes, quando a ganhou, só faltou dar ordem de prisão para José Miguel Noras, o seu antecessor. E há uma razão profunda para que Rui Barreiro ainda seja hoje o elo mais forte do PS de Santarém: ele é homem de negócios, para ele é mais importante controlar o PS que o partido voltar a ganhar a câmara. Porquê? Porque precisa da máquina partidária para defender os seus interesses pessoais. É assim em Santarém e em todo o país. Os grandes herdeiros do 25 de Abril são os políticos que se eternizam nos lugares e tomam conta da administração do Estado enquanto funcionários públicos, como é o caso de Rui Barreiro, embora a sua vida tenha sido ocupar cargos de administração de empresas do Estado.

Assim como é evidente que Ricardo Gonçalves não teve tempo nem equipa para reformar os serviços técnicos da câmara, que são quem manda nisto tudo Rui Barreiro vive da baba e do ranho que deixou em cada canto do município e assim vai sobrevivendo como uma aranha dentro da sua teia.

É quase certo que o candidato do PSD que vai substituir Ricardo Gonçalves nas próximas eleições faz parte da sua equipa. E o PS? Muito se tem falado sobre Pedro Ribeiro, o actual presidente da Câmara de Almeirim; mas alguém acredita que um político inteligente e com obra feita se sujeite a meter-se entre Rui Barreiro, o político e empresário, e quase todos os outros socialistas de Santarém que estão debaixo do seu braço? Algum político com currículo, e com juízo, vem enredar-se nas teias dos socialistas que estão sob o comando de Rui Barreiro? A candidatura também anunciada de Nuno Russo é outro embuste; ele é o mais novo braço armado de Rui Barreiro; com Nuno Russo o PS só ganhará (des)esperanças e Rui Barreiro manterá o seu poder de Soba.

Santarém não se discute porque a cidade parece que parou no tempo. Este exemplo do poder subterrâneo de Rui Barreiro só acontece porque em Santarém impera o respeitinho; há uma classe dirigente acamada, uns em fim de vida e outros doentes, mas na terra onde há muitos séculos os reis vinham caçar fizeram-se muitos filhos que, entretanto, ficaram por cá e também construíram família e ainda hoje vivem orgulhosamente falando do seu sangue monárquico. O resto é povo, para receber o Papa e fazer requerimentos à Câmara de Santarém para pintar as fachadas dos prédios ou reconstruir a casa da avó. JAE

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Domingos Chambel quis acabar com a NERSANT mas não acabou

A educação não vem (só) do berço; crónica para Domingos Chambel, o dirigente caceteiro que não se recandidatou à liderança da Nersant.

A minha educação não veio só do berço por muito que respeite a memória dos meus avós e dos meus pais. Para mim a educação veio da escola e do trabalho, ao mesmo tempo, já que comecei a trabalhar nas férias da primeira classe em fábricas de cortiça e de tomate. Na escola aprendi o que era a diferença de classes; no trabalho, um pouco mais tarde, aprendi como se enxofra, ou seja, como temos que dar o corpo às balas se queremos ser alguém na vida.

Já depois de ter tomado decisões arriscadas, numa vida empresarial que não me correu mal, procurei um Senhor com loja na Rua do Ouro, e escritório na Rua dos Sapateiros, em Lisboa, que só num dia me ensinou mais do que eu sabia de toda uma ainda curta vida. A aprendizagem foi simples e pode ser contada em duas linhas; queres mercadoria à consignação? toma lá e amanhã vens fazer contas e entregar o que não vendeste. O Homem só tinha falado uma vez comigo ao telefone; e de repente meteu-me na mão uma pequena fortuna que me dispenso de quantificar.

Uma vez entrei no seu gabinete com ele ao telefone; num repente bate com o auscultador e enquanto desliga a chamada diz num grito que ainda hoje me soa: “f*da-se, o dinheiro ensina-me a falar”. Pois foi com este Senhor que aprendi a ser destemido, embora o considerasse um fascista, uma pessoa que só vivia para ganhar dinheiro e ajoelhar-se uma vez por mês no Santuário de Fátima. Não foi isso que me impediu de ser seu amigo durante quase meio século e de ter tido o privilégio de o ver morrer de velho, fechar o seu negócio e as sobrinhas, nos últimos quatro anos, entregarem a sua fortuna aos abutres do negócio do metal precioso.

Tudo o que conto parece que foi ontem e muitos episódios que vivi têm quase meio século. Mas de ontem mesmo, tenho para contar a história do dirigente associativo Domingos Chambel que, enquanto presidente da Nersant, resolveu apontar-me o dedo e citar o meu nome em vários textos a propósito de um protocolo que assinei e renovei com a associação nos últimos 20 anos. O mafarrico, com o seu espírito de diabo endinheirado, foi para presidente da Nersant para ajustar contas comigo e com outros que, embora tenham mais razões que eu, não escrevem em jornais nem têm a obrigação de falar alto das patifarias dos homens que exercem cargos de interesse público. Conheço Domingos Chambel há 20 anos, mas só convivi com ele ao lado dos amigos comuns, que foram sempre os principais dirigentes da Nersant. Domingos Chambel viu chegar a sua vez de presidir à direcção da  Nersant e, em vez de continuar o bom trabalho dos seus amigos e antecessores, resolveu partir para uma guerra que durou quase  três anos e levou toda a gente à frente. Resultado; em três anos só fez asneiras, andou em batalha campal com todo o mundo, em tribunais a fazer queixas e a responder por queixas das pessoas que perseguiu. Só não acabou com a associação porque a Nersant tem uma fortuna em património e nem três chambéis conseguiriam levar a associação à falência. Agora, quando toda a gente já tinha comprado bilhete para ver como é que o ressabiado presidente ia sair do buraco onde se meteu, o mafarrico resolveu ficar em casa e entregar os problemas a outros.

Domingos Chambel é o melhor exemplo do empresário com sorte na vida, que por ter muito dinheiro acha que consegue comprar e dobrar a cerviz de toda a gente. Para ele só há duas classes; a dos que mandam e a dos que obedecem. E tudo pela força do dinheiro e não da inteligência, da coerência e da honestidade intelectual. Num regime totalitário Domingos Chambel mandava chicotear aqueles que considerasse inimigos ou que não o compreendessem na sua imensa ignorância.

Esta crónica não acaba aqui: Chambel vai ter que responder em tribunal por ter censurado a participação de dois jornalistas de O MIRANTE numa conferência de imprensa onde éramos o alvo da ordem de trabalhos. Contado ninguém acredita, mas foi verdade: Domingos Chambel deve ter vivido muito tempo nas catacumbas, onde guarda o seu dinheiro, mas também a ignorância que o impede de saber que vive num tempo em que é proibido proibir. JAE.

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Lei eleitoral fez mais uma vítima no coração do Partido Socialista

Ainda bem que Pedro Ribeiro era assessor no gabinete do primeiro-ministro António Costa. Talvez por terem provado do veneno mais uma vez, o Partido Socialista dê trabalho ao militante para mobilizar todos os partidos políticos para a reforma da velha e caduca lei eleitoral.

"Sento-me nas costas de um homem, sufocando-o e obrigando-o a carregar-me. Contudo asseguro-me a mim e aos outros que tenho pena dele, e que desejo aliviá-lo por todos os meios possíveis, excepto saindo das suas costas". O texto é de Liev Tolstói e faz parte do documentário em três episódios sobre Liv Ullmann, uma das minhas artistas preferidas. A Filmin proporciona-me ir ao cinema sem sair de casa e ainda por cima escolher entre os melhores filmes numa lista imensa.

Tomei nota da frase numa altura em que li na edição online de O MIRANTE que o ex-presidente da Câmara do Cartaxo tinha sido condenado definitivamente no Tribunal da Relação de Évora por ter violado a lei eleitoral, conforme decisão de primeira instância do Tribunal do Cartaxo.  A multa de 3.600 euros é agravada por proibição de exercer cargos públicos durante dois anos e nove meses.

Em causa está uma informação aos munícipes, em tempo de pandemia, produzida pelo gabinete de imprensa da câmara, onde consta que a "ministra Marta Temido assegura a Pedro Magalhães Ribeiro que o Cartaxo vai ter novo centro de saúde. (…) O Presidente da câmara considera o resultado desta reunião com a ministra da Saúde como uma das melhores notícias que poderíamos receber”. O texto foi publicado no sítio da câmara municipal e foi considerado pelos doutos juízes do Cartaxo e de Évora um crime digno de castigo por ter sido editado em período de campanha eleitoral. 

Portugal é um país de injustiças por isso não admira que os tribunais usem a Pena de Talião conforme a cara e a cor do cidadão. Mesmo que não fosse norma as câmaras municipais produzirem informação durante os períodos de campanha eleitoral, este caso  especificamente, com um texto sobre saúde, num período de pandemia, publicado apenas no sítio da câmara, na minha opinião merecia a complacência de um qualquer juiz que percebesse que a informação não é uma ciência exacta, e muito menos em tempo de desgraça nacional e mundial.

É verdade que a culpa não é só dos tribunais. A lei eleitoral portuguesa é do tempo da pedra lascada, permite tudo e mais umas botas no meio da rua, em cartazes que ocupam o espaço público, mas não permite, por exemplo, publicidade em jornais, ou permite, mas de forma tão controlada que poucos se atrevem a perder tempo e dinheiro com a comunicação social. Quanto à publicidade/poluição visual que os partidos fazem por todo o país, nas estradas, rotundas e centros cívicos das aldeias, vilas e cidades é um fartar vilanagem.

A inspiração para este texto que chegou durante a visualização do documentário sobre a grande Liv Ullmann bem podia ser aproveitado para falar da paixão pelo cinema, pelo trabalho de Ingmar Bergman e pelo sonho de um dia aterrar na ilha de Fårö, no sudeste da Suécia, só para vivenciar o território onde viveu e filmou o autor de “Fanny e Alexander”, mas também a própria Liv Ullmann que lhe deu uma filha e que foi a sua musa preferida. 

A Comissão Nacional de Eleições tem uma queixa de um autarca presidente de câmara que preencheu o boletim de voto em cima da urna: é uma brincadeira de um político que acha que pode gozar com o sistema. Que saibamos a queixa foi para o cesto dos papéis. Há certamente centenas de situações caricatas que provam à sociedade que a lei eleitoral portuguesa está caduca e trata os cidadãos como jumentos, discrimina e sabota a vida de alguns portugueses como se ainda vivêssemos na época do famoso escritor russo Leo Tolstói. Ainda bem que Pedro Ribeiro era assessor no gabinete do primeiro-ministro António Costa. Talvez por terem provado do veneno mais uma vez o Partido Socialista dê trabalho ao militante Pedro Ribeiro para mobilizar todos os partidos políticos para a reforma da velha e caduca lei eleitoral. JAE.

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

O Papa em Portugal provou que somos um povo pacífico e magnífico

Francisco veio a Portugal provar que somos um povo pacífico e magnífico, que sabemos receber, que não somos violentos, que estamos mais perto do céu que do inferno. Mas apesar do poder e da influência da Igreja no mundo, ainda é mais fácil o Vaticano ser notícia por causa dos abusos sexuais dos membros do clero, do que por ajudar nas negociações na guerra da Ucrânia, na resolução de conflitos nos regimes totalitários liderados por políticos criminosos, como acontece numa boa maioria dos países africanos, assim como nas falsas democracias em países da grande América, a do norte ou a do sul, de onde o Papa é natural.

Francisco veio a Portugal provar que somos um povo pacífico e magnífico, que sabemos receber, que não somos violentos, que estamos  mais perto do céu que do inferno.
É difícil deixar passar em branco a visita do Papa a Portugal. Jorge Mario Bergoglio, conhecido como Papa Francisco, tem um historial de vida que fazia adivinhar uma grande jornada no Vaticano onde o Poder é tão disputado como em qualquer Estado do mundo. Só para fazermos um ponto de situação, Jorge Mário Bergoglio é o primeiro papa nascido na América, o primeiro a utilizar o nome de Francisco, o primeiro não europeu em mais de 1.200 anos. Quem pesquisar na Internet vai ficar surpreendido com a diferença que o Papa Francisco já conseguiu levar para o seio da Igreja Católica, com aquilo que já fez até agora em áreas tão sensíveis como o papel das mulheres, o celibato dos padres e a corrupção que passava pelo banco oficial do Vaticano como se a lei para a Igreja fosse a da Máfia italiana: Apesar do poder e da influência da Igreja no mundo ainda é mais fácil o Vaticano ser notícia por causa dos abusos sexuais dos membros do clero, do que por ajudar nas negociações na guerra da Ucrânia, na resolução de conflitos nos regimes totalitários liderados por políticos criminosos, como acontece numa boa maioria dos países africanos, assim como nas falsas democracias em países da grande América, a do norte ou a do sul, de onde o papa é natural.
Francisco veio a Portugal provar que somos um povo pacífico e magnífico, que sabemos receber, que não somos violentos, que estamos  mais perto do céu que do inferno, seja lá isso o que for para cada um de nós.
Como não gosto de unanimidades, trago aqui um caso que passou despercebido, mas que conta para a propriedade da nossa civilização, e para as mudanças que são cada vez maiores e mais visíveis. Antes de sair de Roma, directo a Lisboa, Francisco deu uma entrevista em que explica que as pessoas transexuais devem ser respeitadas, e que perante Deus são iguais e têm os mesmos direitos. No dia em que falou dos transexuais explicou ainda a razão porque ultimamente tem recebido homossexuais no Vaticano.
Na Ameixoeira, um conhecido bairro de Lisboa, uma dúzia de manifestantes interrompeu, no dia 3 de Julho, uma missa organizada pelo Centro Arco-Íris, uma associação dirigida à comunidade LGBT. Os manifestantes, na sua grande maioria jovens, entraram no templo carregando crucifixos e entoaram orações cuja intenção, disseram mais tarde, era repararem “os pecados mortais que resultam da ideologia LGBT que existe no seio da Igreja Católica".
A PSP interveio e acabou com a manifestação sem grandes dificuldades. Certamente que a ideia era chamar a atenção dos meios de comunicação social, mas o desacato foi tão singular que só  a imprensa escrita ligou ao assunto. Com as televisões focadas nas grandes multidões, e nos grandes protagonistas da JMJ, o caso já passou à história. Mas ninguém pode dizer que a Igreja é um lugar de santos e santas. O próprio Papa Francisco dedicou uma boa parte dos seus discursos para dentro da sua Igreja condenando os homens da batina que por dá cá aquela palha não baptizam uma criança ou dificultam a vida a quem não vai à missa todos os dias ou todas as semanas. 
Lisboa acolheu uma multidão de pessoas mas ninguém foi fazer companhia às centenas que dormem nas avenidas e nos bancos dos jardins. Não sei muito bem do que falo mas mesmo assim escrevo: o dinheiro gasto nos dois palcos onde o Papa foi discursar chegava para tirar todos os pobres das ruas de Lisboa e acolhê-los em lugares dignos recuperando-os da miséria física e espiritual em que vivem. António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa e Carlos Moedas, bem podem mandar ampliar as fotos ao lado do Papa Francisco, que a história destes dias é mais a miséria que cresce nas ruas que a recordação dos discursos sobre géneros, abusos sexuais, guerra na Ucrânia e fome em África, o maior flagelo dos nossos dias que, por vergonha ou incompetência, desapareceu dos discursos oficiais e dos noticiários, principalmente nos países europeus, que ainda são, no caso da França, por exemplo, colonizadores encapotados. JAE

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

O aeroporto, a travessa António Mendes, os empresários da Parreira e o PSD que não existe

A visita do Papa não é motivo para concessões: enquanto Portugal for um país da cauda da Europa ninguém deve desistir de vestir a camisola do contra.


O MIRANTE voltou a marcar a agenda nacional com trabalho editorial com dois importantes membros da equipa de engenheiros que desenhou, e ainda está a desenhar, o projecto do novo aeroporto internacional de Lisboa em Alverca. Por enquanto, o texto da entrevista anda de artigo em artigo, mas da boca ou da caneta de quem tem voto na matéria ainda não há novas nem mandadas. Nesta edição os autarcas de Loures e Vila Franca de Xira, incluindo o presidente da Junta de Alverca, põem mais lenha na fogueira, desvalorizando o aeroporto em Alverca e apontando Benavente e Santarém como os melhores locais. 


O jovem aprendiz de feiticeiro e rapa tachos que governa a Câmara de Constância, Sérgio Oliveira, vai baptizar uma travessa com o nome de António Mendes, o histórico autarca do concelho. António Mendes aceitou, ninguém sabe porquê, mas a CDU já veio em sua defesa e, aparentemente, com razão. Não é a travessa que está em causa, são os critérios, e o bom senso; travessas há muitas, ó estúpidos, que nos querem meter Constância pelos olhos dentro. António Mendes não está assim tão velho para fazerem dele gato sapato, mas de verdade trataram-no como se já não estivesse em idade de os mandar à fava, e aceitou dar nome a uma travessa como teria aceite uma travessa de figos, agora que estamos no tempo deles.


Tenho dormido na Chamusca onde tenho as minhas raízes que são de sobreiro velho. À noite vou à Golegã jantar porque na Chamusca, à noite, não há restaurantes abertos. Ao contrário, a Golegã, que fica só a cinco quilómetros, tem várias soluções, para ricos e menos ricos, já que os pobres não têm dinheiro para frequentarem restaurantes que não sejam os de fast-food.  A grande alternativa é Tomar, e juro que vale a pena a viagem. Se é verdade que vêm aí tempos novos, e nada vai ser como dantes, em Tomar já se nota a evolução.

A Câmara da Chamusca está entregue politicamente a um politraumatizado, um playboy que manca, que nunca viajou, um empresário que não teve sucesso, um político sem escola, um capataz a quem subiu o poder à cabeça. O povo da Chamusca já começou a perder a vergonha de o criticar, tais são as evidências da má gestão do concelho. Um político que tem uma piscina fechada, em obras há cinco anos, só pode ser um trouxa, um irresponsável; um político que tem à perna, numa reunião da assembleia municipal um grupo de empresários da Parreira, a perguntar onde é que ele anda, que não responde no telemóvel nem por carta, só pode estar a viver um pesadelo; jamais alguém vai acreditar que ele sabe o que anda a fazer (a Parreira é a única aldeia do concelho da Chamusca  de onde ainda chegam boas notícias, embora se situe no meio da charneca, mais perto de Almeirim do que da Chamusca, o que dá que pensar). 


O PSD distrital já sabe que o PS não vai ter Pedro Ribeiro a concorrer à Câmara de Almeirim, mas, pelos vistos, os social-democratas não sabem que Almeirim existe no mapa. O mesmo acontece na Chamusca, em Alpiarça, em Salvaterra de Magos, Constância, Abrantes e Coruche. Em alguns destes concelhos o PSD está representado, mas para concorrer às próximas eleições autárquicas e dar luta a quem governa, é preciso dar sinal de vida, coisa que não acontece de verdade. Santarém e Ourém são a excepção, mas é pouco para um partido fundador da nossa democracia. Escusado será escrever que ninguém se lembra que João Moura existe; mas é ele que ainda é o todo-poderoso, e ao mesmo tempo a iminência parda do partido a nível regional, embora não pareça. A oposição interna no PSD também não existe, o que faz adivinhar longa vida aos autarcas do PS, embora alguns bem merecessem uma oposição a sério. JAE.