quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Tolerância zero

“Em Portugal o número de relatos associados à área da saúde tem apresentado um crescimento exponencial. Esta conflitualidade crescente entre pacientes, profissionais e instituições de saúde, implica, forçosamente, maior reflexão e novas formas de actuação”. Este texto foi retirado de uma comunicação, entre muitas, que caem diariamente no meu email profissional. Sou sensível a esta questão e defendo que nas questões da saúde os governos deviam implementar tolerância zero para os profissionais da área nomeadamente médicos e enfermeiros. Tenho a certeza que com este tipo de política poupar-se-iam muitas vidas. Para os tribunais a perda de uma vida vale, em média, cinquenta mil euros. Há casos em que os tribunais decidem valores dezenas de vezes superiores em condenações na defesa da honra. Alguém tem dúvidas que uma vida que acaba brutalmente numa curva da estrada, ou silenciosamente devido a um erro médico, tem mais valor que a honra de alguém que foi injuriado ou caluniado? Como é que é possível comparar o valor da vida de uma pessoa com o valor da honra de alguém que pode viver para se salvar da calúnia e provar a sua inocência?
Tolerância zero para os profissionais da saúde não acabaria com os erros médicos mas ajudaria muito a simplificar a vida dos doentes e a protegê-los das armadilhas do Sistema que incluem, entre outras, as conhecidas companhias de seguros que não se livram da fama, e do proveito, de serem mais poderosas que os Governos. JAE