quinta-feira, 31 de março de 2016

Um novo jornal online

O MIRANTE vai estrear novos sítios na Internet dentro de alguns dias. A promessa está feita desde Novembro mas o tempo passou e o projecto deu pano para mangas. Vamos editar um sítio moderno ao nível dos melhores jornais portugueses que se publicam online.
Quem já se habituou à nossa presença na net, e considera que somos a voz da região, vai começar a ter ainda mais razões para ler e acompanhar o nosso trabalho.
Curiosamente estamos a atravessar um período em que se anuncia o fecho de jornais em papel e o investimento em exclusivo nas edições online. O “El País”, um dos melhores jornais do mundo, e o mais influente no universo da língua portuguesa e espanhola, já anunciou que vai contar com a edição em papel até os leitores assim o decidirem; mas o investimento online não vai parar. Há muitos outros exemplos no mundo da edição que provam que o mundo está a mudar e os editores e patrões da imprensa precisam de acertar contas com o futuro.
A prova de que nem tudo é só mudança, e de que algumas mudanças são para pior, está na republicação da foto da deputada Odete Silva, falecida recentemente, que alguns jornais de âmbito nacional copiaram da edição de O MIRANTE sem citarem a fonte ou darem os créditos merecidos e obrigatórios. 
Toda a gente fala do regabofe que anda por aí nas redes sociais, em que qualquer pato bravo se arma em jornalista copiando as notícias e republicando com pequenas alterações, mas nas redacções dos jornais de referência trabalha muita gente que não conhece as regras ou está instruída para as ultrapassar sempre que acha caminho livre para a impostura.
Não tenho razões para duvidar do futuro do jornalismo em Portugal mas tenho muitas dúvidas sobre os projectos em que assentam muitas das publicações que já foram referências do jornalismo português. Veremos se a morte anunciada dos jornais em papel não é uma forma de disfarçar a agonia da imprensa no seu todo (sabendo que atravessamos uma época de grandes mudanças na forma como os órgãos de comunicação social se financiam). JAE

quinta-feira, 24 de março de 2016

Um elogio aos carteiros

Nos mais de 30 anos que levo de empresário à força só trabalhei com quatro bancos e jamais consegui crédito que não fosse com o aval do património que entretanto fui adquirindo e que me está emprestado até à hora da minha morte. Recentemente mudei de banco. Actualmente todas as contas caucionadas da empresa e aberturas de crédito estão apenas garantidas por duas assinaturas. O gerente do banco é o meu gestor de conta; ainda ontem passou pela empresa para deixar uns papéis. Não fui eu quem evoluiu como empresário; continuo a sê-lo à força; foi o sistema que melhorou. Saí do meio dos banqueiros e dos bancários ricos, ou supostamente ricos, e fui à procura de melhores ofertas. E encontrei. 
Escrevo em cima de um jornal diário que publica uma entrevista com o administrador dos CTT e o director do novo banco propriedade dos Correios. Dizem eles que estão a contar com os carteiros para fazerem clientes e conquistar mercado muito rapidamente. “Os carteiros são bem vistos pelos portugueses”, afirmam, como se nós não soubéssemos! Certamente, mais tarde ou mais cedo, vou ser cliente deste novo banco porque também eu tenho uma boa relação com os carteiros e respeito pelo seu trabalho. Se o banco dos CTT lhes der uma comissão na angariação de clientes, ao mesmo tempo que lhes dá as cartas para distribuir, é certo que podem contar com a minha adesão.
Uma boa parte dos gajos e gajas que me escrevem para tentarem publicar um livro, para enviarem um currículo ou pedirem um qualquer jeitinho, começam a mensagem com um Boa Tarde e despedem-se com Cumprimentos. O meu problema não são estes gajos e gajas e a sua inabilidade para escreverem uma missiva e gerarem afectividade; o meu problema são aqueles que, ao engano, ainda vamos aceitando para trabalharem na nossa equipa.  JAE