quarta-feira, 8 de junho de 2011

Um povo pobre e triste num país a saque

As autoridades não conseguem impedir o roubo de cobre que em alguns casos deixa populações inteiras sem luz como aconteceu recentemente no Tramagal. A EDP queixa-se de milhões de prejuízo e diz que não tem mãos a medir para repor os prejuízos causados pelos roubos.
Os assaltos a ourivesarias, estações de correio, bancos, bombas de gasolina, supermercados e casas particulares, têm vindo a aumentar de forma assustadora. Falta pouco para que Portugal seja um país a saque, quero dizer, um território de pilha galinhas já que o desgoverno e as necessidades dos gatunos um dia destes também levarão alguns a entrarem em lojinhas de esquina e, é mais do que certo, nos galinheiros dos vizinhos. Os roubos nos campos agrícolas da região estão por contabilizar nomeadamente ao nível de motores de rega e alfaias. Tudo porque os agricultores já desistiram de apresentar queixa nas autoridades por saberem que é tempo perdido.
Enquanto vai crescendo esta onda de assaltos que ninguém sabe ainda no que vai dar, a PSP e a GNR têm falta de efectivos, a maioria dos agentes trabalham horas infinitas como escravos dentro dos quartéis, e quando saem para a rua é para multarem os cidadãos que andam na estrada e pisam o risco ou deixam o carro mal estacionado.
Facturar, facturar, facturar parece a palavra de ordem do ministro da Administração Interna para as chefias da PSP e da GNR. Operações stop diárias, a horas desencontradas, à entrada das vilas e das cidades, resolviam uma boa parte deste problema dos assaltos, já que os gatunos passeiam por aí em carros roubados, com as malas das viaturas cheias de armas. Não estamos na América de verdade mas neste capítulo parece que sim: o território é tão grande para as forças da Ordem que vê-los na estrada a trabalhar é mais difícil que encontrar golfinhos no rio Tejo.
O que revolta é ver os políticos a pedirem o voto aos portugueses quando não fazem nada pela sua segurança. Há milhares de pessoas fechadas em casa a sete chaves com medo de saírem à rua depois do sol-posto. Somos um povo pobre e triste, que ainda veste de preto, da cabeça aos pés, com receio dos deuses no alívio do luto. E para que tudo seja perfeito para quem vive da desgraça dos outros as forças policiais não têm meios para saírem para a rua e garantirem a nossa segurança. Somos um povo triste por causa do passado negro que ainda nos persegue e, no futuro, seremos tristes por causa daqueles que herdaram por nós os valores da democracia. JAE

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