quinta-feira, 19 de março de 2015

Encher os Jardins da Liberdade

Não conheço a maioria dos engenheiros e arquitectos das câmaras municipais da nossa região mas tenho má opinião sobre o trabalho de muitos deles. Nunca digeri a azia que me provocam as últimas obras no Largo do Seminário, em Santarém. Nem imagino quem foram os engenheiros que assinaram as obras naquele espaço e não aceito que os políticos que as aprovaram sejam gente de bom juízo. O chão é demasiado escorregadio quando chove e no Verão atravessar o Largo do Seminário é uma experiência parecida com a de fazermos uma sauna ou banho turco na via pública.
Nos últimos anos fizeram-se obras em algumas ruas de Santarém que merecem o mesmo reparo critico pela falta de engenheiros inteligentes para pensarem esta cidade. As obras em causa têm passeios da largura daqueles que ladeiam os Campos Elísios, em Paris, já que os passeios da Avenida da Liberdade, em Lisboa, são bem mais pequenos e ajustados à realidade. Os engenheiros burros desenham as estradas à medida de dois carros e depois o resto que se lixe. Não importa se há estabelecimentos comerciais à beira da estrada e se esse comércio é abastecido por via terrestre com a necessidade evidente de os carros estacionarem em cima do passeio. O que torna ainda mais burras estas engenharias é o traço contínuo nas estradas que é para ser desrespeitado a cada vez que um carro estaciona ou pára em frente de um estabelecimento comercial para descarregar ou carregar mercadoria.
Como é evidente quem mora e trabalha em cidades como Santarém tem quase sempre a polícia à perna pois cada obra de engenharia parece feita em parceria com os interesses das autoridades que nos multam e ofendem a cada multa.
Não conheço a maioria dos engenheiros que desenharam as últimas obras em Santarém nem quero saber dos políticos que as aprovaram mas gostava de ver na presidência da câmara alguém que, num futuro a médio prazo, tivesse coragem política para desfazer as ovo-rotundas e abrisse as estradas para os carros circularem já que sem carros uma cidade não ganha pessoas para encher os Jardins da Liberdade.
Eu sei que criticar é fácil. E que este exercício pode ser injusto para muita gente que merece o título de engenheiro de obras. Mas a realidade está aí para quem tiver olhos na cara. Os engenheiros parece que desconhecem as necessidades dos cidadãos e, pior do que isso, parece que nunca viram como crescem e evoluem as cidades modelos da Europa. JAE

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