quinta-feira, 2 de abril de 2020

Ganhar leitores à custa do coronavírus

O MIRANTE online teve um milhão de visitantes únicos na semana passada devido às notícias sobre a pandemia. Caso para dizer que somos uma boa companhia para quem fica em casa.

A pandemia do coronavírus ocupa todo o tempo de antena das televisões; e os jornais para lá caminham. Na passada semana O MIRANTE online teve um milhão de visitantes únicos o que quer dizer que tivemos o dobro dos leitores que vivem na região ribatejana que é a nossa área de influência. Em meados da passada semana reforçámos as notícias sobre o tema publicando online todos os despachos da agência Lusa que consideramos importantes para orientação dos leitores. Porque está tudo em causa por causa da pandemia vamos manter o tema nesta coluna. E desta vez não deixo de registar o facto de TODOS os órgãos de comunicação social continuarem a apontar os números dos mortos chineses como se alguém soubesse o que se passa na China, um território com 1.400 milhões de habitantes governado por um Imperador. É incrível a falta de respeito para com os leitores e o branqueamento que fazemos a um regime comunista que só divulga e dá a conhecer o que muito bem entende.
Escrevo esta crónica a uma terça-feira, sentado numa espécie de secretária, ao lado de uma equipa que não desmobilizou nem vai desmobilizar. O correio electrónico mantém a ligação ao mundo e aos leitores; e todos os dias recebemos colaboração, embora muita dela não se ajuste ao nosso estatuto editorial porque segue a linha das redes sociais que é denunciar sem provas e no conforto do anonimato.

Uma semana antes da eclosão do vírus estive em Madrid para visitar a ARCO. Passei uma tarde a tentar perceber do que vivem as galerias de arte, quem estava na montra, e aproveitei para visitar os dois principais museus da cidade. Não paguei entrada porque a profissão dá-me entrada gratuita em qualquer destas feiras ou museus do mundo. Em Lisboa, na edição do ano passado da ARCO, não consegui entrar com a carteira de jornalista nem com o cartão multibanco; tinha que pagar em dinheiro vivo. Recusei-me e preferi ignorar que Lisboa ainda é, em muitas situações, uma rua movimentada de Madrid, e certa gente do mundo das galerias portuguesas fazem lembrar os contrabandistas de outros tempos.

Sigo diariamente um blog de um médico que me ajuda a perceber melhor o mundo em que vivo e a desculpar as pessoas que acham que enfiadas debaixo da cama ficam mais seguras; mas também os mesmos de sempre que acham que o pior só acontece aos outros.

Tenho um velho amigo, com 84 anos, que trato de forma afectiva por EdMar, que acabou de se livrar de um vírus hospitalar e logo de seguida do coranavírus. Está de regresso a casa para voltar a fumar a sua cigarrilha. E eu a sonhar que vou ter, até morrer, um espírito sábio e sereno como o dele.

Muitas autarquias da região anunciaram medidas de apoio às populações que são uma boa razão para confiarmos nos políticos de proximidade que elegemos para o governo das nossas aldeias, vilas e cidades. Ficamos todos à espera que as ajudas já anunciadas, e as que ainda faltam anunciar, incluam um plano de contingência para apoio aos idosos que são a parte mais fraca desta batalha contra o coronavírus. JAE.

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