quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Duas feiras... duas políticas


Vem aí a Feira de S. Martinho na Golegã. Embora tenha boas recordações da feira de outros tempos reconheço que as alterações que a Feira Nacional do Cavalo tem sofrido nos últimos anos beneficiaram o certame e deram mais dignidade ao evento.
José Veiga Maltez, o presidente da câmara municipal, conhece bem a sua terra e as suas gentes, é um homem de bom gosto, e não facilita se tiver que optar entre a vontade popular e a sua convicção de que aquilo que ele pensa e quer é o que melhor serve a terra e as tradições.
Veiga Maltez conhece bem a vizinha Espanha e sabe como os espanhóis fizeram evoluir muitas das suas iniciativas tradicionais de forma a evoluírem para organizações mais profissionais e dignas de figurarem nos calendários internacionais, como é o caso da Feira Nacional do Cavalo.
A Golegã é um dos concelhos mais pequenos da região. Tem um orçamento minúsculo em relação a outros concelhos vizinhos. Mas quando toca a trabalhar, a organizar e a mostrar obra, o bom gosto e a prática dos bons costumes, a par da dedicação e do profissionalismo, são muito mais importantes que o dinheiro.
Em Santarém, só para dar um exemplo, nunca faltou dinheiro para nada. E veja-se no que se transformou a Feira Nacional de Agricultura; veja-se a miséria que os homens da CAP instalaram no CNEMA.
A guerra surda que Luís Mira e João Machado, os senhores da CAP, fazem à gestão de Francisco Moita Flores é um caso de polícia. Santarém está a ser roubada todos os dias e aquela administração usa o dinheiro da autarquia para promover guerras contra quem a representa e a dignifica.
Se há entidades que merecem ter uma palavra a dizer na Feira Nacional da Agricultura e Feira do Ribatejo é a Câmara de Santarém. Não os políticos de quem os senhores da CAP mais gostam. Não os pacóvios da política que eles manobraram durante muitos e muitos anos, de forma a servirem-se da feira e dos superiores interesses de Santarém e da sua população.
A Feira de S. Martinho é a festa que mais e melhor dignifica a região e mostra o que de melhor existe por cá. A sua organização não depende de interesses que passem ao lado dos superiores interesses do concelho. Ali o que conta são os interesses da Golegã, a dignificação do evento e, cada vez mais, os interesses da pequena economia local que aproveita para facturar. A pequena e acolhedora vila da Golegã transforma-se por alguns dias na capital portuguesa. Passam por ali milhares de pessoas. Portugal está ali representado no seu melhor (esquecemos, por agora, que o seu pior também lá estará, embora travestido). Nos próximos dias sou goleganense do coração. E vou provar a água-pé numa adega da vila para não perder o sabor dos meus verdes anos.

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