quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Em Setembro teremos novidades


Em pleno Agosto, quando o país fecha para férias, tenho a agenda cheia de apontamentos e de assuntos para agarrar com as duas mãos. Mas não é isso que me impede de comparecer a uma segunda-feira a meio da tarde numa consulta médica de rotina. O médico atrasou-se duas horas. Nesse tempo consultei mais de uma dúzia de revistas e recolhi apontamentos para não perder de vista assuntos que também podem ser abordados no nosso jornal de uma forma a interessarem os leitores da nossa região. Pelo telefone ajudei a acabar um texto e a finalizar dois ou três contactos. Atendi algumas chamadas de rotina e acompanhei os últimos desenvolvimentos da nossa conturbada relação com a gráfica.Às nove horas da noite, quando estou a sair do edifício do jornal, vou à sala dos comerciais e vejo um colega de trabalho a receber uma chamada. Do outro lado do telefone contam-se histórias de vida que parecem retiradas de um filme. Não sei se vamos contar a história tal é o dramatismo da situação e os problemas que estão por detrás da jovem que resolveu ligar-nos. O Marco Rodrigues não é jornalista nem nunca quis ser. Mas enquanto mantém um diálogo com a jovem faz um trabalho que me surpreende e faz pensar: ser jornalista não é só uma profissão: é um privilégio.
Escrevo estas linhas na véspera da saída da última edição de O MIRANTE em pleno labor para que o fecho do jornal decorra sem falhas e com o interesse que cada edição de O MIRANTE merece ter. Como sempre as questões da política preenchem uma boa parte do nosso quotidiano. Mas os jornalistas da Redacção sabem que não podem sustentar o seu trabalho apenas no que vão ouvir às reuniões de câmara e muito menos no interesse que os políticos julgam ter quando nos convocam para conferências de imprensa onde repetem o óbvio e o habitual.
Já não sei o que fiz ao papel onde tomei alguma notas para dar à Joana que anda a escrever a sua tese de licenciatura. Mas não perdi as duas folhas que rasguei de uma revista, praticando uma maldade que tanto condeno aos outros. Eram duas histórias que eu tinha que trazer no bolso para mostrar o quanto andamos distraídos no nosso próprio quintal e deixamos por conta dos outros o trabalho que nos pertence.
Se tivesse mais espaço contava com mais pimenta o que me aconteceu neste dia e me fez voltar a escrever para o umbigo. Em Setembro vamos dar uma vida nova ao nosso projecto mostrando que não andamos cá só para ver andar os outros.

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