quinta-feira, 11 de novembro de 2010

À mão esquerda

O que circula na internet torna os jornalistas cada vez mais necessários. Quem manda num jornal não é o seu proprietário mas sim os seus jornalistas se não se conformarem, se se derem ao trabalho de pesquisarem, escreverem sobre boas matérias, se souberem descobrir o que interessa aos leitores, se se derem ao trabalho de pensar como deve ser o jornal do dia seguinte para não parecer mais velho do que o do dia anterior. Sílvio Waisbord (23 de Outubro 2010, auditório da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
Com algumas boas e honrosas excepções, o jornalismo que se pratica hoje em Portugal é uma farsa na grande maioria dos casos praticada por um bando de modelos da alta burguesia que ignora o povo. Dantes o jornalismo era feito por gente que vinha do povo e da classe média baixa, que conseguia transmitir objectivamente uma visão popular dos acontecimentos. Hoje é o que se pode ver: todos os dias os jornais noticiam as carnificinas que lhes são servidas de bandeja pelas autoridades policiais ao serviço do jornalismo sensacionalista ou, ao contrário, somos esmagados diariamente por notícias e reportagens da caserna, de onde só chegam as novidades que interessam aos vendilhões do templo (O que ficou no computador da crónica da passada semana intitulada “um país pouco seguro”)
“Um juiz não é um Deus. O seu dever é adaptar os factos aos princípios, julgar espécies infinitamente variadas servindo-se de uma medida determinada. Se um juiz tivesse o poder de ler na consciência e de identificar os motivos a fim de pronunciar sentenças equitativas, cada juiz seria um grande homem. Portugal tem necessidade de cerca de mais dois mil juízes. Nenhuma geração tem dois mil grandes homens ao seu serviço e com menos forte razão não pode encontrá-los para a sua magistratura” (adaptado de “Máximas e Pensamentos” de Honoré de Balzac).
“O que se constrói durante o dia à noite desmorona” (Balada do folclore da Transsilvânia).
“Feliz aquela que efabulou o romance depois de o ter vivido” (Sophia de Mello Breyner Andresen)
“Liberal é o sujeito que monta nas costas de outro, que quase esmaga com o seu peso, que diz que sente muito, que fará o possível e o impossível para o libertar da carga pesada, menos, é claro, sair das suas costas”. Tolstoi, definições sobre o liberalismo.
“Prefiro o paraíso por causa do clima e o inferno pela companhia” Mark Twain
“Se um homem não remover a causa dos seus erros continuará cometendo sempre os mesmos erros. Aliás, o mesmo vale para uma nação, e quem sabe para o próprio planeta que não sendo mais que um adolescente, como é o caso da terra, acabará por se destruir” “À Mão Esquerda”. Autobiografia romanceada de Fausto Wolf. Um romance denso, vigoroso, surpreendente, quase escandaloso, em que uma boa parte das personagens são as maiores figuras ainda vivas do jornalismo e da literatura brasileira.

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