quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Maria Lucília Moita


“A vida é maravilhosa mas o mais maravilhoso é pensar que ela tem um fim”. Cito Thomas Berhnard um grande autor austríaco que escreveu uma das obras mais originais da literatura europeia. A frase esconde o medo da morte que, segundo um estudioso da vida e obra do escritor, era uma das suas maiores obsessões.
Relembro-a na data da morte de Maria Lucília Moita, a pintora e poeta ribatejana por quem sentia respeito e admiração.
A grande maioria dos artistas são demasiado sensíveis às solicitações do pequeno grande mundo onde vivem. Mais tarde ou mais cedo acabam por romper com a vida familiar e constroem um mundo à parte que os salve a tempo de construírem uma obra para a posteridade.
Maria Lucília Moita escreveu e pintou durante toda a sua vida olhando o mundo da janela da sua casa sem deixar, por isso, de construir uma obra sintonizada com o seu tempo contentando-se em ser conhecida pelos da sua geração e, quem sabe, lembrada pelos que vêm a seguir, longe das grandes ilusões que fulminaram a vida de muitos artistas que foram escravos da eternidade e do desejo de construírem uma Obra que durasse no tempo.
Li muito recentemente alguns poemas de Maria Lucília Moita, escritos há muitas décadas, que achei admiráveis e tão contemporâneos como os de alguns poetas gregos da antiguidade.
O meu desejo, como admirador da obra e da pessoa de Maria Lucília Moita, é que todo o seu trabalho seja Obra deixada para depois quando o artista já cá não está (citação livre de José Saramago do livro.
O Ano da Morte de Ricardo Reis).
Nos dias que correm é normal um gerente de um banco telefonar para a nossa casa a propor a compra de uma peça de prata, um relógio de ouro ou até um anel de brilhantes. Os clientes, na sua grande maioria, confiam mas, de verdade, falo com conhecimento de causa, estão a comprar a preços pouco competitivos. Nalguns casos compram gato por lebre.
Alguns bancos, instituições que nós sempre julgamos acima de qualquer suspeita, conseguem pôr um profissional do dinheiro a negociar objectos que nada têm a ver com a sua formação profissional aproveitando-se do contacto privilegiado com algumas pessoas endinheiradas, que acabam por fazer negócio mais por atenção ao gerente do que propriamente pela necessidade da compra ou oportunidade de investimento. A agressividade comercial dos bancos em áreas de actividade que não lhes pertencem, nem para as quais têm colaboradores habilitados, é uma ofensa aos seus funcionários e uma impostura comercial.

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