quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Supermercados à beira da estrada

Vila Franca de Xira é notícia nacional pelas piores razões. O assunto merece destaque mas não merece o jornalismo televisivo que se faz em Portugal. As televisões vão para a rua ouvir os cidadãos sobre o surto de Legionella e é ver qual é o canal que consegue os depoimentos mais disparatados e analfabetos. Os jornalistas não fazem o trabalho de forma inocente nem dão voz aos disparates porque lhes apetece. Nas redacções há chefias que assim o impõem; e tudo em nome das audiências que aparentemente se fazem maiores quanto menos esclarecidos e disparatados forem os testemunhos.
As televisões são assim em todo o mundo mas há mundos onde as televisões não têm o monopólio da informação como acontece em Portugal; com a conivência dos políticos.

O MIRANTE tem dado voz, em cima do acontecimento, à intervenção das autoridades que aproveitam as festas para se lançarem na caça à multa. Não gosto de fardas nem de fiscais e acho injusto que se multe por tudo e por nada principalmente quem tem porta aberta e paga impostos. Mas concordo com a actuação ponderada das autoridades para que se castiguem os que trabalham de registadora aberta e os que fogem ao fisco e fazem concorrência desleal. As barracas à beira da estrada que mais parecem supermercados são destes tempos em que uma loja que vende os mesmos produtos tem que ter casa-de-banho e chuveiro e condições que nem um hotel?
No restaurante podemos comer a carne cheia de hormonas, de animais criados com farinha adulterada, mas em casa não podemos matar o porco que criamos a couves e restos de comida? Ou podemos mas tem que ser às escondidas? Um dia destes vamos ser proibidos de criar galinhas e só podemos comer os frangos dos supermercados dos belmiros e companhia?
Tanta pergunta em tempo de Legionella? Espero que me perdoem a falta de confiança na afirmação. JAE

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