quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Os Jardins Suspensos do Campo da Feira em Santarém e o CNEMA

Enquanto se discute o futuro do campo da feira, que não tem futuro à vista, a câmara negoceia com o CNEMA a compra de um terreno por muitos milhões de euros.


Não me admira que Santarém tenha realizado uma assembleia municipal para discutir o futuro do campo da feira. Não conheço classe política mais fraquinha que a de Santarém.
A cidade está afogada em problemas; o principal é a falta de pessoas, que gera uma pobreza franciscana na economia dos vários negócios de porta aberta; Só se discute
o futuro do Campo Emílio Infante da Câmara porque não há coragem política para se discutir o que verdadeiramente interessa à cidade e ao concelho.
Há uma década vi no papel um projecto para o campo da feira que era assim como uma espécie de Jardins Suspensos da Babilónia. Ri-me mas levei a coisa a sério; não há dinheiro para abrir os museus, para fazer obras de manutenção nos monumentos, para investir nas margens do Tejo e ligar o rio à cidade, para tirar os autocarros do centro, sequer para alindar os espaços nobres da urbe, mas toda a gente que tem responsabilidade política em Santarém não dorme a pensar no que fazer do Campo Emílio Infante da Câmara. É triste mas é verdade. Ricardo Gonçalves, o timoneiro da política escalabitana, tem razões para ficar preocupado, rodeado como está de tão fraca gente.
As últimas notícias dão conta que a câmara municipal anda a negociar com o CNEMA a compra de um terreno para construir um complexo desportivo. Eu não sou bruxo mas ou muito me engano ou a autarquia prepara-se para dar a sorte grande à administração do CNEMA, que gere ao jeito da ditadura do proletariado um espaço que devia ser da cidade e de todos os agentes. Tudo o que eles nunca fizeram pela cidade e pela região, tudo o que eles nunca investiram em nome da cidade e da região, vai ter um prémio; não havendo hipóteses de lhes darem o dinheiro de mão beijada, sem passar pela contabilidade organizada do município, a autarquia vai comprar-lhes um terreno por muitos milhões de euros. Como se a cidade não tivesse terrenos ao preço da uva mijona para fazer Obra e concretizar com êxito a sua política de investimento na cultura e no desporto.
JAE

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