quarta-feira, 19 de maio de 2010

Excitações políticas

Não tenho paciência para escrever sobre o que penso do Governo de Sócrates. Mas, falando com os meus botões, sempre me apetece perguntar como é que certa gente que vive em excitação permanente em frente das câmaras de televisão e das máquinas fotográficas, consegue dormir ou fazer amor com o/a parceiro lá de casa quando têm algumas horas livres para sujarem os lençóis do enxoval. Dizem os grandes pensadores que os poetas e romancistas criam mais e melhor a partir da falta. Não tenho a certeza que os nossos políticos, depois de diariamente tanto se excitarem perante as plateias e as câmaras de televisão, consigam ter uma vida afectiva e amorosa que os salve da miséria humana em que se transformaram, dizendo hoje uma coisa e fazendo outra no dia a seguir, a pretexto de que só assim salvam o país e a democracia.  Como…. se nem a reputação de homens públicos conseguem salvar?

A indiferença é o pior dos males de uma sociedade. Por isso não fico indiferente à nota pública do Provedor da Misericórdia de Santarém que, a pretexto dos apelos dos irmãos, vem pedir contas ao vereador Vítor Gaspar da Câmara de Santarém por este ter sugerido em afirmações públicas que a Praça Celestino Graça é “propriedade” da autarquia. Toda a gente sabe que não é. Mas, pelos vistos, o vereador tem as costas largas e toca de malhar em ferro frio. A Câmara de Santarém já fez mais pela praça de toiros em cinco anos que a Mesa fez nos últimos 30. Quem é que tem andado nestes últimos anos a gastar do orçamento para encher a praça durante a época taurina e dar vida àquele espaço que, para muita gente, até há bem pouco tempo, só merecia o camartelo?

A Chamusca inaugurou a sua nova biblioteca. Não fico indiferente à inauguração mas tenho a certeza que com a falta de verbas e a falta de vontade vamos ter uma biblioteca virada para as escolas (nada contra) mas de costas voltadas para a população. É assim com as piscinas municipais. Quem quiser fazer piscina na Chamusca tem que voltar aos tempos de escola. As associações e câmara não se entendem nem têm força de vontade para criarem hábitos que permitam a abertura da piscina em horários compatíveis com quem trabalha. A desculpa é que não há pessoas suficientes para rentabilizar o equipamento nos horários que mais interessam à população. Ora bolas!.

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