quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Os jornalistas são uns tansos

A ideia de que os jornais e os jornalistas são o quarto poder é uma treta. Pelo menos em Portugal. Talvez sejam na Alemanha, na Inglaterra, na América do Norte ou em França. E até na vizinha Espanha. Em Portugal os jornais, na sua esmagadora maioria, ainda são uma trampa. Uma trampa mole que não aquece nem arrefece a vida do país. Repare-se como os jornais lutam contra a falta de investimento publicitário que em grande parte lhes é roubado pelos piratas que enchem de publicidade as nossa ruas, avenidas e rotundas. Este negócio da publicidade selvagem, que em Portugal tem a protecção de todos os poderes, incluindo o dos jornalistas, está ao nível dos países do terceiro mundo como é o caso da Argentina e da Venezuela só para citar dois exemplos em que os casos são verdadeiramente pornográficos.
A independência dos jornais não depende só da cultura e dos interesses dos patrões da comunicação social. Depende sobretudo da facturação da publicidade. Um jornal bem organizado, que não precise do dinheiro das “obras públicas” para pagar os ordenados dos jornalistas é um jornal com futuro. Quantos jornalistas são capazes de discutir este caso na praça pública? Quantos jornalistas a trabalharem nos grandes órgãos da comunicação social portuguesa é que são capaz de dar um aperto de mão a um colega do sector comercial da empresa por este ter fechado um contrato milionário com um cliente que garante meia dúzia de ordenados da Redacção durante um ano? Poucos, respondo eu. E desses poucos alguns trabalham neste jornal.
Na generalidade os jornalistas são uns tansos. São profissionais da actividade jornalística, o tal quarto poder de que tanto se fala, como poderiam ser de uma empresa que vende pentes para carecas ou pó azul para a inspiração poética.

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