quinta-feira, 7 de julho de 2022

O êxito popular da festa do Colete Encarnado

Vila Franca de Xira organiza a festa maior do Colete Encarnado que este ano teve uma das maiores participações populares de sempre.


A cidade de Vila Franca de Xira viveu nos últimos dias a festa do Colete Encarnado com uma participação popular que ultrapassou todas as previsões. A cidade foi roubada aos carros e as ruas encheram-se de gente criando uma verdadeira multidão que, em algumas ruas, chegou a parecer exagerada para a dimensão do espaço. Quem viveu a festa mais de perto, e todos os dias, diz que nunca tinha visto tanta gente nas ruas.

O Colete Encarnado é certamente a maior festa do país com os toiros na rua. Com ou sem anti-taurinos o Colete Encarnado será sempre uma festa do povo e para o povo independentemente de quem estiver no Governo, na oposição ao Governo ou no exercício de uma militância política ou cidadã contra as touradas que, verdade seja dita e escrita, já conheceu melhores dias. Nenhum político, por mais influente que seja a nível nacional, vai conseguir acabar com a festa dos toiros se os líderes autárquicos continuarem a organizar as festas populares recorrendo à festa brava e às suas melhores tradições. É assim de uma forma incomum em Vila Franca de Xira mas também em Azambuja, Benavente e Chamusca, só para citar os casos mais emblemáticos e participados pela população.

Mas a realidade da festa dos toiros na rua não é a mesma da festa dos toiros nas praças. Esta semana a cavaleira Ana Rita, natural de Vila Franca de Xira e criada em Aveiras de Cima, de 33 anos de idade, deu uma entrevista à revista Flash onde aponta o dedo aos empresários e diz que em Portugal há colegas de profissão que pagam para tourear e ainda escolhem os toiros. A cavaleira arrasa os empresários e reconhece que se não fossem as corridas em Espanha já tinha desistido da sua profissão.

Recentemente, num espectáculo na Benedita, a directora de corrida fechou os olhos a um grupo de forcados que pegou um toiro com cerca de 14 forcados dentro da praça quando a regra são apenas oito. Em algumas praças do país, como na Chamusca, segundo consta, porque a câmara municipal não divulga as suas despesas com a festa, a câmara paga a corrida e as despesas da corrida de forma integral e o empresário limita-se a organizar como se vivêssemos no reino da Dinamarca.

Em Santarém, onde existe a maior praça do país, o taurodromo só é utilizado duas vezes por ano. O Provedor da Misericórdia, Hermínio Martinho, já disse publicamente que aquele espaço tem de ser rentabilizado e que vai anunciar medidas a curto prazo. Esperemos que não fique pelas palavras e que a praça de Santarém seja um espaço multiusos e não apenas um espaço para tourear; a cidade bem merece. Finalmente: já este ano, em Abril, o cavaleiro Luís Rouxinol abandonou a praça de Serpa horas antes da corrida por não concordar com a forma como o empresário da praça fez a gestão do sorteio das toiros que cada artista ia tourear.  

Volto ao Colete Encarnado: Vila Franca de Xira é um exemplo para todas as cidades taurinas: não só pelo público que consegue mobilizar como pela forma como respeita os toureiros, como mantém viva a festa e as suas tradições, como consegue organizar a cada ano, e sempre com êxito, a festa do Colete Encarnado, que é orgulho das gentes de Vila Franca de Xira e talvez a única festa do concelho que faz esquecer os bairrismos balofos e promovidos por líderes locais que trabalham mais na promoção pessoal que nos interesses das suas terras e das suas gentes. JAE.

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