quinta-feira, 7 de setembro de 2023

A política para os políticos e o jornalismo para os jornalistas

A política não se faz de comparações assim como o jornalismo não se compara com o trabalho de publicar informações oficiais. Pequena introdução para contar duas histórias que acho que têm sumo para serem espremidas.


Os políticos de proximidade com que os jornalistas de O MIRANTE lidam quase todos os dias são os melhores da nossa vida política e, para o bem e para o mal, têm de aceitar o escrutínio dos jornalistas que, tal como eles, trabalham no território onde também residem e têm a sua vida.

Tenho duas histórias para contar que ilustram a personalidade de dois políticos jovens que são diferentes como o preto do branco, mas que definem o poder de liderança, a capacidade de desempenhar um cargo público, a resposta a uma comunidade que se não for informada não acredita na democracia nem quer ser parte activa da sua colectividade.

Recentemente fizemos notícia em Vila Franca de Xira que iam ser recuperados três pavilhões ao abandono para instalação de aviários. A concretizar-se o projecto a actividade vai pôr em risco a qualidade de vida das populações que moram por perto. Na altura procuramos confirmar a notícia junto do presidente da câmara Fernando Paulo Ferreira, que garantiu que a notícia não era verdadeira. O MIRANTE apoiou-se em fontes credíveis e avançou com a notícia. Fernando Paulo tinha iniciado o seu mandato há pouco tempo e desconhecia ainda alguns dossiês da sua autarquia. Quando soube que a notícia de O MIRANTE tinha fundamento ligou ao jornalista e sem lhe dizer o que queria pediu para lhe falar com urgência. Quando se encontraram foi para lhe pedir desculpa por lhe ter garantido uma coisa que afinal não era verdade e que só o fez por estar mal informado.

O pequeno e pobre concelho da Chamusca é governado por dois autarcas que se completam e complementam, Paulo Queimado e Cláudia Moreira, que são o exemplo dos políticos autocratas, que acham que o poder que têm dá-lhes imunidade às críticas e ao escrutínio dos jornalistas. Daí que cada notícia de O MIRANTE sobre a pobre liderança dos políticos locais chamusquenses seja um ataque à sua honra e dignidade. Está provado à saciedade que Paulo Queimado e Cláudia Moreira passam metade do tempo do seu trabalho a controlar os funcionários e a “educá-los” para a sua gestão de boca calada, já que se têm pouco trabalho e fazem pouco ao menos que paguem essas vantagens com a boca fechada. Paulo Queimado e Cláudia Moreira gerem o município da Chamusca em guerra aberta com os opositores, de costas voltadas para a população, contra todos os princípios básicos na política de proximidade. O MIRANTE tem noticiado exemplos chocantes de comportamentos dignos de políticos que não honram o Partido Socialista e muito menos a democracia portuguesa.

Pegando no bom exemplo de Fernando Paulo, recordo que Paulo Queimado já chamou filho de puta a um jornalista que estava a trabalhar enquanto ele se divertia e, no mesmo local e na mesma altura, o carro de trabalho do jornalista teve que ser rebocado porque os pneus foram atacados à navalhada. 

Recentemente a mulher do ex-presidente da Câmara da Chamusca, Elisete Gomes, indignou-se nas redes sociais por ter obras à porta de casa que não andam nem desandam e prejudicam a saída de casa do marido que tem graves dificuldades de locomoção. Diz ela que ele tem que ficar em casa fechado de forma injusta, dando a entender o que todos sabemos; a rua é curta e estreita e nada custava começar e acabar o trabalho de forma a que a Chamusca não ficasse um estaleiro de Obras interminável. Paulo Queimado e Cláudia Moreira devem estar de férias como sempre ou talvez entretidos a ler os relatórios sobre os funcionários que estão do lado deles ou contra eles.

A pequena vila da Chamusca tem cerca de três mil habitantes e o concelho menos de nove mil. Vila Franca de Xira tem mais de 140 mil habitantes e faz parte da Área Metropolitana de Lisboa, enquanto a Chamusca é um presépio quase no centro do país, entre a charneca e a lezíria, com o rio Tejo a deslizar por entre o território. Para nós, que somos da região e sentimos os problemas do território, as diferenças estão nas pessoas e não na dimensão das casas, do território ou nos orçamentos municipais. Por isso, não só promovemos a informação como incitamos ao debate, fazemos serviço público mas não somos funcionários públicos, não trabalhamos só atrás de uma secretária, vamos para a rua e depois escrevemos o que achamos justo, como devia ser regra no jornalismo, e às vezes também não é, principalmente no jornalismo de proximidade que é a melhor e a mais desafiante profissão do mundo. JAE.

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